
Como parte das celebrações dos 25 anos do Sintuperj e do mês das mulheres, o Sintuperj promoveu o ciclo de palestras “Mulher: a força que transforma o mundo”. O evento ocorreu nesta quinta-feira (27/03), e contou com intervenções de mulheres cuja atuação em suas profissões representam mudanças significativas na sociedade.
Na abertura do evento, as coordenadoras gerais do Sintuperj Cassia Gonçalves e Regina de Souza afirmaram que o evento promovido pelo sindicato é mais um passo na luta pela igualdade de gênero. E que todas as ações que visam esta isonomia são importantes. As atuais reitorias de Uerj e Uenf, a cargo de mulheres, assim como a atual gestão do Sintuperj foram ressaltadas como exemplos do protagonismo que as mulheres estão adquirindo paulatinamente na sociedade.
Representando a reitora da Uerj, a professora Marisa Dreyer fez uma saudação e parabenizou o Sintuperj pelos seus 25 anos de existência [ a ser completado no dia 31 de outubro]. Ela destacou que a atual gestão da universidade luta pela igualdade, citando como exemplos a criação da Superintendência de Igualdade Racial e de Gênero, e pelo combate ao assédio.
A deputada estadual Lilian Behring ressaltou que quando se fala em empoderamento das mulheres, fala-se dos lugares por elas ocupados. Afirmou ainda que as mulheres precisam carregar consigo a resistência, resiliência e, quando atingem o poder, serem solidárias com as demais. Explicou ainda que as mulheres sofrem muito mais opressões do que outros grupos sociais historicamente oprimidos, como homossexuais e negros.
Dando início às palestras, a presidente da Comissão de Combate à Violência contra a Mulher, Marilha Boldt, discorreu sobre personalidades femininas que promoveram grandes mudanças sociais no Brasil e no restante do mundo. Entre elas Margarida Alves, primeira mulher a presidir um sindicato de trabalhadores rurais, na Paraíba; e Antonieta de Barros, primeira deputada estadual preta de Santa Catarina. Anne Sulivan, Nisia Floresta e Lélia Gonzalez também foram destacadas como figura de importante atuação social. Marilha afirmou que se diante de tantas opressões as mulheres já promovem tantas conquistas, a sociedade se beneficiaria muito mais em um mundo com igualdade de gênero.
Celly Saba, diretora do Departamento de Políticas e Ações para Educação à Distância da Pró-Reitoria de Graduação, fez um relato de como a Educação é um instrumento não somente de transformação de pessoas como possibilita que estas pessoas possam transformar outras. Desta forma, através da disseminação do conhecimento toda uma cultura social pode ser modificada no sentido de se alcançar na prática a almejada igualdade entre homens e mulheres.
A mudança cultural associada a uma legislação mais efetiva de proteção às mulheres foram aspectos considerados imprescindíveis, assim como a assunção da responsabilidade de cada pessoa pela construção de uma sociedade mais igualitária. Sobretudo, neste caso, com a adoção de práticas que reforcem a igualdade de tratamento. Não esperando apenas que as instituições se movam para tal. A Educação desde cedo foi ressaltada como instrumento, pois o conhecimento adquirido por um jovem é passado adiante, tendo seu alcance multiplicado.
O evento foi finalizado com uma apresentação do Programa Empoderadas. A professora e integrante Programa, Amanda, afirmou que algumas formas de violência são tão arraigadas que nem mesmo quem as pratica têm essa percepção. Nesse sentido, é importante que as mulheres tenham consciência de quando estão sofrendo atos de violência.
Ela também fez uma demonstração de como as mulheres devem agir em situações de violência física, como forma de resguardarem suas vidas.
Além disso, fez uma apresentação do Empoderadas. Programa vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro), voltado para o enfrentamento à violência contra a mulher e ao acolhimento.
A coordenadora de Formação e Comunicação Sindical do Sintuperj, Bianca Mantovani, encerrou o evento com a leitura de um texto em homenagem a todas às mulheres:
“Todo dia é o nosso dia. todo dia é dia de celebrar a nossa força, nossa resiliência, nossa capacidade de transformar o mundo. Nós somos as que construímos, criamos e inspiramos. Nós somos as que superamos os obstáculos e desafios e ainda assim continuamos a sorrir e a lutar. Mas não é apenas sobre nós. É sobre as mulheres que vieram antes de nós, que abriram caminhos e quebraram ladeiras. É sobre as mulheres que estão ao nosso lado, que nos apoiam e nos inspiram e as que nos decepcionam também. É sobre as mulheres que virão depois de nós, que precisam de nosso exemplo, nossa força e nossa determinação. Então, hoje, vamos celebrar a nossa força, a nossa beleza, e tudo de maravilhoso que nós temos. Vamos celebrar a nossa capacidade de transformar o mundo e de fazer a diferença. E vamos continuar, sim, a lutar, criar, inspirar porque somos mulheres e somos a força que transforma o mundo”.