O Sintuperj realizou na tarde da última quarta-feira (29/03) o Seminário “A Importância da Sororidade: como as mulheres podem se apoiar e fortalecer umas às outras”. O evento, agenciado pela Coordenação de Formação de Comunicação Social do sindicato, contou com presença maciça de estudantes do Pré-vestibular e colocou em pauta o empoderamento social das mulheres, enfatizando a empatia entre elas.




Ana Cristina Fonseca e Elisangela de Fátima, consultoras de uma marca de cosméticos, fizeram um relato sobre a história da empresa, ressaltando que ela foi criada por uma mulher que passou anos trabalhando em outra empresa na qual treinava homens, mas cujo reconhecimento das atividades desenvolvidas recaíam somente sobre eles. E que, diante da injustiça típica da cultura machista, resolveu lançar sua própria empresa na qual as mulheres são protagonistas e possuem maior qualidade de vida. Elas também classificaram como fundamental que as mulheres tenham independência, seja buscando graduação, empregos etc, afirmando que as mulheres não podem se deixar limitar por outras pessoas.
Para além do aspecto político, familiar e social de forma mais ampla, Bianca Mantovani também apontou a questão estética como uma forma de as mulheres também valorizarem a auto estima, não se rendendo às extenuantes tarefas do cotidiano.

A defensora mencionou exemplos que como a igualdade jurídica entre mulheres e homens ocorreu de forma lenta no Brasil. Em 1962, o estatuto da mulher casada previa que elas poderiam trabalhar mediante a permissão dos maridos. Em 1985, criada a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) e, três depois, mulheres e homens foram constitucionalmente considerados iguais em termos de direitos. Apesar disso, alertou que ainda há de se lutar muito para mudar a cultura machista e o arcabouço jurídico resultante. Recomendou ainda que a audição do podcast “Praia dos Ossos”.
Acerca da Lei Maria da Penha (11.340), uma das mais conhecidas em termos de proteção às mulheres, Maria afirmou que o intuito da Lei não é apenas punir o agressor mas também prevenir atos de violência através da constituição de uma ampla rede de proteção que inclui sociedade civil e instituições governamentais e não governamentais. Acrescentou ainda que a violência contra mulher pode ser oriunda também de outras mulheres, citando como exemplo mães que restringem mais suas filhas quando comparados aos filhos do gênero masculino. E que a rede de proteção também inclui transexuais e travestis.
Lembrou ainda que em 2015 (Lei 13.104) o assassinato de mulheres foi qualificado como feminicídio, gerando penas específicas; a Lei 11.340/06, que entre as medidas de coibição da violência contra a mulher, estabelece a atuação da Defensoria Pública; e que também existem leis que determinam a inclusão da temática dos direitos das mulheres nos currículos educacionais.
Acrescentou que as medidas protetivas podem ser requeridas por um aplicativo do Tribunal de Justiça antes mesmo da ocorrência de uma violência física ou do registro em delegacia. E que o Nudem tem a função de prestar um primeiro atendimento à mulher vítima de violência doméstica.

Amanda ressaltou ainda que, infelizmente, algumas mulheres atribuem o ato de violência somente quando deixam marcas físicas. Ela destacou que as violências moral, psicológica, patrimonial e até mesmo sexual quase sempre precedem a agressão física.
Sobre a violência sexual, ela alertou que a coação já é uma forma de estupro. Ou seja, este não necessita de ações mais íntimas para se consumar. E que este tipo de violência também é oriundo de pessoas conhecidas, como parentes, amigos ou pessoas com quem se mantém relações afetivas íntimas. Portanto, o que define o estupro é o não consentimento da mulher.
Acerca da violência moral, ela explicou que ela se constitui em falas nas quais a capacidade da mulher é diminuída. Esse tipo de violência, de acordo com ela, causa dependência emocional.






