A coordenadora geral Regina de Souza representou o Sintuperj na mesa de abertura do Ciclo de Atividades “Desafios da Educação Básica na atualidade: Brasil e Uruguai em perspectiva”, na última sexta-feira (31/03). As primeiras exposições trataram sobre o processo de precarização do trabalho docente, que vem sendo designado como plataformização em detrimento do termo “uberização”, e de seus reflexos sobretudo na Educação básica.
Regina afirmou que existem dados alarmantes acerca da transformação do mundo do trabalho, evidenciando um processo de desumanização nas relações laborais. No trabalho docente, ela afirmou que os profissionais estão perdendo sua autonomia e, em consequência, os alunos perdem a oportunidade de desenvolver o conhecimento. Acrescentou ainda que a intenção desse processo é aprofundar a desigualdade social, impelindo os alunos das classes mais baixas para os postos de trabalho terceirizados. Nesse sentido, reiterou, também existe um viés étnico pois “a maioria dos precarizados são negros”.
A coordenadora afirmou ainda que as pessoas que têm consciência desse processo de segregação velada “têm um desafio maior: romper essa bolha, desconstruir essa lógica”. Além disso, ela ressaltou e criticou as empresas que se aproveitaram do grave momento de fragilidade social decorrente da pandemia de Covid-19 para intensificar a exploração da mão de obra e a precarização das condições de trabalho, marcados por baixa remuneração e ausência de mecanismos de proteção social.
Por fim, Regina destacou que a luta sindical não é apenas por melhores salários. E que é fundamental a reflexão acerca da estrutura da Educação pública, que é a base de formação da classe trabalhadora, e das condições de vida dos próprios trabalhadores.
