Em mais um “Dia D de Lutas”, os técnico-administrativos da Uerj promoveram uma manifestação pública pelas ruas do entorno da universidade com passeata até o Hospital Universitário Pedro Ernesto, nesta terça-feira (27/05). Esta terceira edição do “Dia D” teve como objetivo levar à população as dificuldades enfrentadas por servidores e trabalhadores que lhes prestam serviços públicos.
Após concentração no hall do queijo, os manifestantes caminharam pela Rua São Francisco Xavier e contornaram o campus Maracanã da universidade.
Durante a caminhada, os servidores promoveram um apitaço e listaram uma série de direitos não cumpridos tanto pelo Governo, como a reformulação do plano de carreira dos técnicos e a recomposição salarial dos servidores estaduais vinculados ao Poder Executivo, quanto pela Reitoria da Uerj, como a continuidade do pagamento dos auxílios saúde e educação.
A coordenadora geral do Sintuperj Regina Souza ressaltou que os técnicos vivem uma situação precária em termos financeiros, comprometendo inclusive a prestação de serviços à sociedade já que a universidade não funciona sem técnicos.
Os servidores também denunciaram sérios problemas estruturais enfrentados pela universidade, como os iminentes riscos de mais quedas de tetos no Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha (Haroldinho) e a ausência de saídas de emergência e de brigada de incêndio, uma vez que no local são manuseadas substâncias inflamáveis.
A passeata seguiu pela Boulevard 28 de setembro, onde se concentrou em frente ao Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe). No local, diversas manifestações fizeram menção à extrema exploração da mão de obra que trabalhadores vinculados a projetos vigentes no Hupe têm sofrido. Vínculos de trabalho tão precarizados que direitos básicos, como a licença maternidade, não são garantidos, como foi denunciado.
Além disso, os constantes atrasos salariais destes trabalhadores, que já compõem mais de 50% do efetivo de mão de obra do hospital, e a atribuição do termo “pesquisador” nos vínculos de trabalho como forma de burlar as leis trabalhistas também foram pontos denunciados à população, como denunciado pelo delegado sindical Sintuperj/Hupe Jorge Luís Mattos (Gaúcho).
A coordenadora geral do Sintuperj Cassia Gonçalves finalizou o ato afirmando que os servidores querem uma universidade forte e unida, mas para isso é necessário que se respeite os direitos dos servidores. Inclusive internamente pela própria universidade. Disse ainda que a manifestação é um retrato do descontentamento dos trabalhadores e uma amostra de que a categoria intensificará a luta contra as péssimas condições estruturais de trabalho e de salários.
Pelo Sintuperj, também participaram da manifestação os coordenadores de Administração e Finanças, Neuza Conceição; de Formação e Comunicação Sindical Bianca Mantovani; de Saúde e Segurança do Trabalhador, Simone Damasceno; Social, Cultural e Desportos, Sérgio Dutra; a conselheira fiscal Edinalda Ferreira e a delegada sindical Sintuperj/Hupe Cíntia Alves.