Apesar de considerado um dos melhores sistemas de promoção à saúde em todo o mundo, o Sistema Único de Saúde (SUS) vem enfrentando há anos uma crise de desfinanciamento público no setor. O resultado são longas filas, esperas intermináveis, falta de atendimento e o pior: mortes.
A “solução” defendida e adotada pelo poder público invariavelmente tem sido entregar a responsabilidade de fornecer o atendimento de saúde à população a empresas privadas. Muitas financiadoras de campanhas eleitorais de políticos que dão continuidade à política de sucateamento e desmonte da Saúde e de outros serviços públicos.
Diante do cenário catastrófico em que se encontra a Saúde Pública, a sociedade se vê obrigada a ter que pagar para ter acesso àquilo que é dever constitucional do Estado oferecer. Mesmo quitando regularmente os altos impostos do Brasil. Ou seja, todos os que desfrutam de um plano privado de saúde pagam duas vezes para ter direito ao mesmo serviço.
Não há nada tão ruim, no entanto, que não possa piorar. Diante da realidade consentida como algo natural e inevitável pela população, os empresários se sentem à vontade para propor um aumento ainda maior do custo de vida com a proposta de os usuários de plano de saúde paguem por consultas médicas não emergenciais (http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/537363-CONSELHO-DE-MEDICINA-DEFENDE-QUE-CONSULTA-SEJA-RETIRADA-DOS-PLANOS-E-PAGA-PELO-PACIENTE.html). Trocando em miúdos: clientes de planos de saúde terão de pagar três vezes (impostos, plano de saúde – que não terão valores reduzidos – e consultas) para ter acesso ao atendimento eletivo não emergencial.