O Movimento 8M foi às ruas nesta segunda-feira (10/03) para mais uma manifestação em defesa de uma sociedade mais justa e inclusiva para todas as mulheres. Tradicionalmente realizado no dia 8 de março, a manifestação ocorreu dois dias após o Dia Internacional da Mulher devido aos festejos do Carnaval.
O ato deste ano de 2025 teve como mote algumas das principais temáticas sociais em voga, e que atingem diretamente ou em maior proporção às mulheres. Um deles é o projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional que acaba com a escala de trabalho 6×1. Esta periodicidade entre dias trabalhados e de descanso, respectivamente, é utilizada sobretudo nos setores de comércio e prestação de serviços. Setores nos quais a participação feminina é majoritária. Além de dificultar, em alguns casos quase impossibilita, o desenvolvimento pessoal bem como a realização dos demais papéis sociais.
O aumento do custo de vida, sobretudo na alimentação, também esteve na pauta das manifestações. Apesar de atingir a sociedade integralmente, é sobre a população mais pobre, incluindo as inúmeras mães solteiras, que recai o maior peso da cesta básica mais cara.
Mas a violência velada não foi a única a ser questionada. Os inúmeros casos de feminicídio, entre outras formas de violência física, também foram enfatizados como de fundamental importância para serem combatidos. Uma luta que não se faz apenas com punições – algumas brandas – mas com uma mudança cultural que historicamente atribui às mulheres papel social secundário ao excluí-las, por exemplo, dos postos de liderança e da esfera política institucional.
E por falar em política, o Movimento 8M não se furtou em rechaçar a ideia de anistia `aqueles, civis e militares, que planejaram e tentaram golpear o regime democrático no Brasil, culminando no ataque às instalações dos três poderes em Brasília, no dia 08 de janeiro de 2023. Um golpe que, se bem sucedido, atingiria mais fortemente às classes mais populares e/ou alijadas do poder, estando as mulheres entre os principais grupos sociais.
O ato desta segunda-feira se concentrou na Candelária e saiu em caminhada até a Cinelândia. A coordenadora geral do Sintuperj Regina de Souza, e a de Formação e Comunicação Sindical Bianca Mantovani estiveram presentes na manifestação.