Assembleia aprova moção de repúdio à criação da PG Uerj

O Sintuperj torna público a moção de repúdio aprovada pelos trabalhadores técnico-administrativos reunidos em assembleia no último dia 04 de março de 2020:

“Enquanto a população sofre com os ataques vindos do governo federal, o abandono do governo municipal e uma reforma da previdência estadual foi aprovada em São Paulo sob repressão policial, já nos mostrando o que chegará ao Rio de Janeiro, mais uma vez a ameaça da criação da PGUERJ ronda os trabalhadores desta universidade.

Nos últimos anos é sabido por todos e todas que a Dijur atuou apresentando pareces negativos ao reenquadramento de servidores que culminaria em redução salarial, promoções de servidores técnico-administrativos, e fez o mesmo em relação à progressão automática dos docentes (pareceres estes encaminhados ao Estado e impedindo (ou adiando quando a luta das categorias conseguiu reverter a tempo), conquistas e garantias de direitos mínimos.

Ao mesmo tempo, auto intitulando-se procuradores, aprovaram para si mesmo, em uma atitude no mínimo imoral e indecente, um aumento faraônico de 185% (!!) através de manobras legislativas, e pelas costas do restante da comunidade uerjiana, e quando vetados, recorrendo a OAB pela manutenção do aumento salarial obsceno.

Ferindo a autonomia universitária, desrespeitando os estatutos e hierarquias, passaram por cima das decisões do Conselhos Superiores, órgãos máximos de deliberação da Uerj compostos por representações das três categorias. Recorreram a todas as formas possíveis para elevarem a si mesmos de advogados para procuradores, dando aos próprios uma remuneração exorbitante, como já fora mencionado, e isso em meio ao regime de Recuperação Fiscal, que esses gostam tanto de mencionar em seus pareceres quando se é para atacar os nossos direitos. É importante fazer menção que em 2010 o vencimento inicial desses era de R$ 2.550,53 em 2015 já era de R$ 8.400,00 e atualmente chega aos R$ 13.680,00, ou seja, o aumento salarial desses servidores fora maior do que qualquer outro servidor técnico ou docente nesta Universidade. Logo, não há como deixar de afirmar que esses se tornaram uma casta privilegiada.

Em tempos de perseguição ao trabalhador e de retirada de todo e qualquer direito, nos perguntamos quais os reais interesses de quem defende a criação da já famigerada PGUERJ a partir da Dijur, tendo em vista que enquanto departamento jurídico mostrou seu real caráter indo contra a obtenção de direitos dos trabalhadores a quem deveria defender nos âmbitos legais e judiciais. Com um aumento amplo de poder, a quem eles servirão? Qual será atuação deste grupo, que apenas fez por si mesmo, em dias que teremos que lutar pela defesa de nossos ?

Sendo assim, diante da decisão tomada pela categoria dos técnico-administrativos em Assembleia realizada no dia 04 de março de 2020, não só nos manifestamos contrários a criação da PGUERJ como também convocamos a categoria para que esteja presente na Sessão do Consun de amanhã, dia 06 de março de 2020, lotando o plenário, e se manifestando contrária a aprovação de tamanho absurdo”.