Candidatos à Reitoria da Uerj apresentam seus projetos em debate

O debate começou com uma intervenção do candidato à vice-reitor, Mário Sérgio, rememorando o processo de formação da chapa única. Segundo ele, os quatro diretores de centro setoriais da universidade se reuniram no final de 2018 para avaliar um perfil de reitor ideal para administrar a Uerj. Dentre os vários problemas, lembra, a universidade vivia uma insegurança jurídica, que gerava dificuldades em realizar concursos, progredir e de receber bolsas. “Isso deu uma certeza de que o próximo reitor deveria vir da Faculdade de Direito”, afirmou. Nesse sentido, pesaram em favor do professor Lodi a sua atuação, por exemplo, em fóruns de defesa da Uerj, em especial com pareceres acerca da Dedicação Exclusiva e da criação de dois novos níveis para os cargos auxiliares técnico-administrativos que resultaram no impedimento do corte em quase 40% de seus salários.

Ampla mobilização de professores, técnicos e estudantes, cada um desempenhando o seu papel. Essa foi a tônica das palavras do candidato à reitor da Uerj, Ricardo Lodi, durante todo o seu pronunciamento. Inclusive, após a assinatura da carta na qual assume diversos compromissos com toda a comunidade universitária. Ele acrescentou que o programa está acessível a todos, pela internet.

De acordo com Lodi, o projeto de universidade popular está em risco. “Hoje as universidades federais iniciam processo de atraso salarial de terceirizados”, ressaltou, processo vivido pela Uerj em 2015 e que resultaria em uma de suas maiores crises. Em relação à Uerj ele afirmou que apesar de o orçamento não ter sido contingenciado em 2019, a universidade já sofreu vários ataques do Parlamento. Entre eles, a tentativa de extinção das cotas étnicas, de alocação de policiais na universidade, obrigatoriedade de exames toxicológicos semestrais e instalação de CPI na Uerj. Todos, ressaltou Lodi, “foram derrotados pela coesão da comunidade acadêmica”.

“Esse momento é a hora da frente ampla. Juntar todas as forças da universidade para superar o quadro de descaso com a Educação, com a universidade pública, com a ciência, com a tecnologia, com a cultura e com o saber”, defendeu. Ele também defendeu maior interação entre os diversos campi da universidade.

Anunciou a realização de um congresso universitário no início de sua gestão. O objetivo é instituir um projeto institucional, principalmente a ampliação da extensão e da cultura, bem como modernizar o ensino e a pesquisa. De acordo com Lodi, apesar da grande vocação da Uerj para a extensão, com 910 projetos ativos, há a necessidade de sua ampliação como forma de se reaproximar com o restante da sociedade. E também porque a partir de 2022 as universidades terão que destinar 10% de sua grade curricular de graduação a atividades de extensão. Na mesma linha, ele defendeu uma política profissional de comunicação social para mostrar as atividades que a Uerj desenvolve.

“Vamos precisar que a comunidade se mobilize como nunca, pois os próximos anos não serão fáceis”, garantiu. E essa mobilização começa com as eleições. Mesmo com chapa única, Lodi defendeu ampla participação dos três segmentos nas eleições para Reitoria, diretores de centro e unidades setoriais, como forma de dar maior força política às chapas eleitas.

Ao final do pronunciamento, Lodi respondeu a perguntas feitas pela plateia. Entre as respostas, ele reafirmou seu repúdio à criminalização de qualquer movimento de trabalhadores e estudantes na luta por direitos. Também alertou para a necessidade de encontrar um caminho para a assistência à saúde física e mental dos servidores, inclusive com uma investigação sobre as causas do adoecimento destes.

Além de outros temas, ele também reafirmou a necessidade de maior atenção à assistência estudantil, sobretudo na alimentação dos alunos do Colégio de Aplicação da Uerj. Ele reafirmou a necessidade de os estudantes a se engajarem na mobilização pela ampliação do restaurante universitário (RU), bem como pela redução das longas filas do RU.

Ao final do debate, os candidatos assinaram a carta compromisso unificada dos três segmentos da universidade.

Representando a comunidade acadêmica estiveram presentes à mesa de abertura o membro da Associação de Pós-graduandos, Rodrigo Camurça, o membro do Diretório Central dos Estudantes, Paulo Vitor, a presidente da Asduerj, Cleier Marconsin e a coordenadora de Segurança e Saúde do Trabalhador, Simone Damasceno (foto).