Dia de protestos na Uerj e contra a Reforma da Previdência

Servidores e estudantes em todo o país foram às ruas no último dia 05 de dezembro para dizer um grande “Não” à Reforma da Previdência, em tramitação na Câmara dos Deputados. No Rio de Janeiro, as manifestações começaram na Candelária e prosseguiu pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia. Devido às pressões contrárias, a votação da Reforma que estava prevista para o dia seguinte, foi retirada da pauta.

Nas palavras de ordem, todo o repúdio ao governo ilegítimo e golpista do presidente Michel Temer e suas medidas antipopulares, como a Reforma trabalhista que, entre outras atrocidades, permite a criação do trabalho “intermitente”, no qual o funcionário presta serviços em dias e horários reduzidos – geralmente nos de maior demanda –, recebe por hora trabalhada, e não tem qualquer vínculo empregatício. A medida contraria, inclusive, o discurso de proteção à Previdência usado para defender a reforma previdenciária, uma vez que reduz a sua arrecadação.

Outros pronunciamentos defenderam a formação de ampla frente constituída pelas diversas correntes de esquerda como forma de barrar o processo de retrocessos e conservadorismo que ganhou força após o golpe parlamentar que tirou a presidente Dilma Roussef (PT) da Presidência do país. Entre os principais exemplos da existência da constituição de um estado de exceção em todo o Brasil, foram citados os casos de perseguições judiciais a reitores de universidades federais. Em um deles, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, suicidou-se após ser preso, acusado sem provas de obstruir investigações de desvio de verbas na universidade. Em outro, no último dia 06 de dezembro, o reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jaime Arturo Ramirez, foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento, sem nunca ter sido convocado para prestar esclarecimentos, além de sua vice, Sandra Goulart Almeida, e as ex vice-reitoras, Heloísa Murgel Starling (2006-2010) e Rocksane de Carvalho Norton (2010-2014).

Ato na Uerj

Mais cedo, servidores e estudantes da Uerj realizaram um ato público em frente à entrada principal do Pavilhão João Lyra Filho, no campus Maracanã. Na manifestação, eles denunciaram a anormalidade em que se encontra a universidade, com salários e bolsas atrasados há três meses (setembro, outubro e novembro, além do 13º salário de 2016 e a primeira parcela de 2017), e falta de repasses do Governo para o funcionamento da universidade.

Os manifestantes saíram em passeata até o Hospital Universitário Pedro Ernesto, cujo diretor emitiu nota na última sexta-feira (01/12) suspendendo novas internações no hospital devido à falta de repasses e ao atraso dos salários dos servidores.