Sintuperj participa de Mesa de debates do Movimento “Amazônia de Pé”

Com a organização do Diretoria Central dos Estudantes (DCE) da Uerj e apoio da União Nacional dos Estudantes (UNE), foi realizada uma Mesa de Debates no âmbito do Movimento “Amazônia de Pé”, nesta terça-feira (05/09). O Sintuperj compôs a Mesa por meio da coordenadora geral Regina de Souza, que reuniu também diversas representações do campo do institucional e político.

Os debatedores destacaram que o aquecimento global é oriundo de prática humanas de classes sociais que compõem a elite econômica, tendo em vista que entre as principais atividades que contribuem para o aquecimento global estão a exploração e uso de combustíveis fósseis, como o petróleo, a pecuária e a mineração. Nesse sentido, mudanças na matriz energética com investimentos em fontes  alternativas de energia, como a eólica e a solar.

Destacaram que a Amazônia representa papel fundamental para o combate ao aquecimento global, e que os povos originários devem ter seus territórios preservados tanto pelo aspecto cultural quanto por serem eles verdadeiros defensores da floresta. Nesse sentido, foram feitos questionamentos acerca do avanço territorial do agronegócio nos territórios indígenas com grande uso de violência e com lobby junto ao Legislativo com projetos que atrasam a demarcação de terras indígenas.

A coordenadora geral do Sintuperj Regina de Souza parabenizou o DCE pela realização da Mesa de debates e se disse orgulhosa de militância histórica com os estudantes da Uerj. Ela lembrou que faz parte de uma geração que via Amazônia como uma fonte inesgotável, e que hoje a situação é muito diferente. Ressaltou ainda a coragem e a preocupação das novas gerações em colocar em pauta a preservação da Amazônia.

A coordenadora fez uma saudação à vereadora e Secretária Municipal de Meio Ambiente, Tainá de Paula (PT) afirmando ser extremamente importante a assunção desta Pasta por uma mulher negra. Isso porque a população negra, majoritariamente pobre, é a que mais sofre os efeitos do aquecimento global por residir em localidades menos estruturadas.

Tainá de Paula defendeu que as populações do Sul e do Sudeste precisam falar mais sobre a Amazônia como uma forma de reparação histórica. “Falamos pouco de Norte e Nordeste, mas graças a eles mudamos o polo político nas últimas eleições”.

Acerca da Amazônia, ela afirmou que as esquerdas têm o papel pedagógico de restabelecer um novo senso comum sobre a Amazônia enfatizando a importância da floresta e dos povos originários. Ela defendeu um modelo de desenvolvimento que insira a Amazônia. Destacou que foi retirado de pauta um projeto de lei que tratava de exploração de minérios em terras indígenas, combatendo assim as “boiadas” que começaram a passar durante o Governo federal anterior. “Mas a [instrução] normativa 13 está aí, permitindo agrotóxico perto de florestas, campos e territórios habitados. Por fim, defendeu uma rediscussão do modelo de vida proporcionado pelo Capitalismo, cujas contradições sociais ficaram ainda mais evidentes após a pandemia de Covid-19.