Técnicos da SRH rebatem críticas de conselheiros em carta lida na sessão do Consun/Uerj

Durante a realização da sessão ordinária do Conselho Universitário da Uerj (Consun) nesta sexta-feira, 07/07, o conselheiro da bancada dos servidores técnico-administrativos Jorge Luis Mattos de Lemos (Gaúcho) seguiu a deliberação da assembleia realizada na última quarta-feira, 05/07, e fez a leitura da carta formulada pelos servidores lotados na Superintendência de Recursos Humanos da universidade (SRH) em resposta as críticas realizadas na sessão do Consun do último dia 09/06, contra o movimento de greve promovido pelos mesmos.

Na carta, os servidores da Uerj lotados na SRH relatam as dificuldades impostas pelo cenário de precarização imposto pelo Governo do Estado para toda a universidade e como esta impacta nos âmbitos pessoal e profissional, e apresentam, com números, que os trabalhadores seguiram atendendo em regime de escala as demandas consideradas essenciais para o funcionamento da Universidade e de sua comunidade, mesmo com a realização da greve de 2016 e do movimento paredista iniciado em janeiro deste ano.

Após a leitura da carta o conselheiro Jorge Gaúcho, em resposta às críticas feitas por alguns conselheiros, de que os servidores não haviam se preparado para manter as atividades essenciais da Uerj durante a realização da greve, rebateu declarando que os trabalhadores da Universidade se organizaram para a manutenção das essencialidades durante o movimento paredista, mas não se prepararam para os ataques do Governo do Estado à sua dignidade e para o atraso de quatro meses no pagamento de seus salários. O conselheiro Jorge Gaúcho ressaltou ainda, na leitura do quadro com os totais de atividades exercidas pelos servidores da SRH, que a Superintendência realizou diversos procedimentos, mas o importante e justo pleito referente aos servidores  técnico-administrativos, que são os processos relativos às progressões e reenquadramerntos dos trabalhadores (conforme determinados nas leis relativas ao Plano de Carreira – Leis 6701/2014 e 7426/2016) não foi encaminhado.

Gaúcho cobrou que a Administração Central da Uerj encaminhe internamente, através do superintendente de Recursos Humanos em exercício, e junto à Secretaria Estadual de Fazenda (SeFaz), os processos de progressão e reenquadramento dos técnicos.

 

Falta de compromisso do governo agrava situação da Uerj

Além das discussões sobre os trabalhadores da SRH, outro ponto de destaque no Consun foi a assembleia docente realizada na última quinta-feira, 06/07, no qual os professores da Uerj decidiram entrar em greve a partir do próximo dia 01/08. Esta decisão, baseada na situação de precariedade da Universidade, que de acordo com a categoria não tem condições de retomar suas atividades para o período de 2017/1, e os atrasos de salários dos servidores que já chega a quatro meses e faz com que muitos trabalhadores da instituição não tenham sequer dinheiro para se locomover até seus postos de trabalho.

A situação de precarização atinge também os prestadores de serviços e estudantes, conforme dados apresentados pelo reitor Ruy Garcia Marques durante a sessão do conselho. Em uma de suas falas, o reitor apresentou dados sobre os atrasos das bolsas discentes, que foram pagas até o mês de abril e estão atrasadas nos meses de maio de junho, e citou a crítica situação dos prestadores de serviços ligados ao Proatec, Programa de Apoio Técnico às Atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão. Esses pagamentos, que são feitos através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro  (Faperj), estão atrasados há seis meses, estando em aberto os valores relativos a dezembro de 2016 e de fevereiro a junho de 2017.

Outro ponto crítico apontado pela Administração Central da Uerj foi a realização de licitação para a reabertura do Restaurante Universitário (RU), conforme informações repassadas pelo reitor em reunião com representantes do corpo estudantil. Após assumir o compromisso de reiniciar as atividades do RU em um período de 15 a 20 dias, a Uerj já entrou em contato com mais de 50 empresas para solicitar uma tomada de preços, mas nenhuma destas respondeu aos chamados da universidade por receio do Governo do Estado não cumprir seus compromissos de pagamento. Além disso, a Universidade também entrou em contato com o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social (Sectids), Pedro Fernandes, que também afirmou que tentou buscar empresas para abrir a licitação do RU e não conseguiu.