300 mil no Centro do Rio: contra cortes de verbas e reforma da Previdência, Educação dá aula de cidadania

Na tarde e noite de ontem, 15/05, a educação novamente fez história no Brasil. A Greve Nacional da Educação mobilizou milhares de pessoas em grandes atos por todo o país. No Rio de Janeiro, cerca de 300 mil pessoas tomaram as ruas do Centro da cidade em resposta ao projeto de destruição do país conduzido pelo governo de Jair Bolsonaro, que corta verbas de todos os setores da educação e ataca covardemente os trabalhadores. Uma aula de organização popular, de cidadania e de resistência. O grito de resistência, na maior manifestação realizada desde que o novo governo assumiu o poder, foi dado por estudantes, professores, trabalhadores das áreas técnicas e administrativas, pais de alunos e movimentos organizados que estiveram na Candelária para dar o seu recado.

A luta, neste momento, aponta dois eixos prioritários para defender a população e impedir que a sociedade seja entregue aos interesses do setor financeiro e perca seus direitos mais básicos: a defesa intransigente da educação pública, gratuita e de qualidade, do ensino, da pesquisa, da extensão e da produção universitária; e a posição inegociável contra a proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro, conduzida pelo ministro Paulo Guedes, que provoca miséria nos países onde este modelo foi adotado. Destaque especial para a situação dramática no Chile, onde a altíssima taxa de suicídios entre a população de terceira idade e o aumento exponencial da população de rua, em especial os idosos, estão estreitamente ligados à miséria imposta pelo modelo de Previdência, no qual o aposentado não consegue sequer se alimentar com dignidade.

A Uerj, assim como as demais universidades públicas do Rio de Janeiro, esteve presente e deu o seu recado contra os cortes na educação e contra a reforma da Previdência. O Sintuperj cerrou fileiras com as demais categorias de trabalhadores e com os estudantes, que com brilho nos olhos entoavam palavras de ordem em defesa de seu futuro. A marcha, que seguiu da Candelária até a Central do Brasil, tomou três das quatro pistas da avenida Presidente Vargas, uma demonstração de força e de mobilização em defesa de uma pauta tão importante para o desenvolvimento do Brasil, que é a garantia de investimentos em educação.

Outras cidades do Brasil também tiveram atos representativos. São Paulo contou com 300 mil pessoas nas ruas; Belo Horizonte contou com 250 mil pessoas em seu ato; em Fortaleza, 100 mil pessoas aderiram à Greve Nacional da Educação; Salvador contou com 70 mil manifestantes; Brasília e Belém tiveram a adesão de 50 mil pessoas cada; e João Pessoa reuniu 30 mil pessoas em seu ato. A Educação mostrou mais uma vez que não é feita de idiotas úteis, mas de estudantes e trabalhadores que ousam lutar e sonhar, que batalham todos os dias pelo desenvolvimento do país e por um futuro melhor para o povo. E ao contrário da balbúrdia que é o atual governo, os manifestantes souberam demonstrar de maneira organizada e contundente que sabem o que é melhor para o Brasil.