Consun-Uerj debate obras no Haroldinho e denúncias que envolvem nome da universidade

Foi realizada na última sexta-feira, 19/05, mais uma sessão do Conselho Universitário da Uerj, o Consun. Neste quatro encontro convocado de maneira extraordinária, foi discutida uma proposta para operacionalizar de maneira mais racional e democrática o sistema de inscrições para que os conselheiros de Consun e CSEPE possam ter garantidos seus direitos a se expressar durante o período de abertura do expediente. A proposta foi apresentada pelos conselheiros Pabblo Buhler e André Furtado, mas o período de discussões foi prejudicado por dois pontos abordados durante o expediente no conselho e que consumiram praticamente todo o tempo de debates.

O primeiro ponto abordado foi a situação de manutenção precária do Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha, o Haroldinho, um dos prédios localizados no Campus Maracanã da Uerj e que está há muitos anos sem uma manutenção adequada. A Administração Central da Uerj iniciou um processo de reforma das instalações do local, mas as chuvas ocorridas nas ultimas semanas causaram prejuízos por haver infiltrações. Os conselheiros dos cursos alocados no pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha demonstraram indignação com o ocorrido e fizeram cobranças da reitoria sobre o andamento das obras, elencando que é necessário que a conservação do prédio seja visto como prioridade pela gestão da Uerj, pois os trabalhos de pesquisa universitária de muitos anos não podem ser perdidos por falta de manutenção nos espaços físicos da instituição.

Outro ponto que tomou muito tempo dos debates no Consun foram as novas denúncias feitas pelo jornalista Ruben Berta no site UOL Notícias. De acordo com as denúncias contidas nas reportagens, a universidade estaria sendo usada para práticas indevidas de pagamentos por meio de projetos de pesquisa externos, com a utilização de “folhas secretas”. Sobre esse tema, o conselheiro Jorge Luis Mattos de Lemos (Gaúcho) ressaltou em sua fala que é preciso que sejam feitas as investigações sobre os temas denunciados pelas reportagens e ao mesmo tempo lembrou que a Administração Central da universidade tomou as atitudes cabíveis, como estabelecer auditoria interna e apresentar os devidos esclarecimentos às instâncias de investigação, como o Ministério Público (MPERJ) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Ao mesmo tempo, Gaúcho chamou a atenção para o curioso fato de que essas denúncias estão sendo feitas oportunamente em todas as quintas-feiras em que há a previsão de realização de sessões do Consun, o que parece ser uma ação orquestrada de alguém dentro da Uerj para minar a imagem da universidade frente à opinião pública e ao mesmo tempo obstruir os trabalhos do conselho.

Durante a realização do Consun foram realizadas algumas falas defendendo o afastamento das atividades de servidores que viessem a ser denunciados em esquemas ilícitos ou sejam apontados como responsáveis em ocorrências que causem prejuízos à instituição. Nesse sentido, a conselheira Loana Saldanha, da bancada dos técnicos, ressaltou que é importante e necessário que o devido trâmite de investigações seja respeitado e feito com maior lisura possível, sem que haja uma prática de “caça às bruxas”. Loana destacou que é necessário ter cuidado para evitar uma espécie de “punitivismo”, e finalizou sua fala destacando o trabalho dos profissionais da Prefeitura do Campus que estão se dedicando a resolver as pendências físicas da universidade.

Mesmo com as discussões extensas e que levaram a momentos de debate acalorado no Consun, houve a possibilidade de iniciar as discussões sobre a organização das inscrições do Consun, com o relato sendo apresentado pelos conselheiros relatores. No entanto, pelo avançar a hora, o mesmo não chegou a ser apreciado em plenário. O reitor da Uerj, Mario Sergio Carneiro, suspendeu a sessão do Consun deixando a mesma em aberto e informou que a mesma será retomada em data posterior, partindo do ponto onde foi interrompida para que os pontos de pauta sejam retomados.