Sintuperj homenageia Theotonio dos Santos

O Sintuperj presta uma singela e justa homenagem ao  professor Theotonio dos Santos, que faleceu na última terça-feira, 27/02, aos 81 anos de idade. Natural da cidade mineira de Carangola, o economista foi um dos formuladores da Teoria Econômica da Dependência, gravando seu nome como um dos principais pensadores de nosso tempo.

Seu velório será realizado nesta quarta-feira, 28/02, das 10 às 14 horas, na Câmara de Vereadores do Município do Rio de Janeiro. Às 16 horas, será realizada a cremação, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju.

Theotonio Presente!

O dia 27 de fevereiro amanheceu chuvoso em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. A natureza demonstrava a profunda tristeza de termos perdido um de nossos maiores líderes: Theotonio dos Santos. Uma pessoa de caráter, personalidade, convicção. Um Professor com “P” maiúsculo.

O Companheiro Theotonio dialogava com a pessoa mais popular, ao mesmo tempo em que debatia com o mais alto escalão do governo de qualquer país. Exilado do Brasil pela ditadura, foi para o Chile. Derrubado Allende, exilou-se novamente no México. Em conjunto com Vania Bambirra e Ruy Mauro Marini desenvolveu a teoria crítica da dependência latino-americana.

O companheiro e amigo Theotonio andava o Brasil todo, ia em qualquer lugar que fosse convidado pelos movimentos sociais e pelas lideranças populares. Incansável, ele participava de várias atividades no mesmo dia e sua agenda era disputadíssima. Nos últimos anos, dedicou seu tempo às aulas na Uerj, o que nos envaidece. Convidado por nós para Aula Inaugural do pré-vestibular do sindicato, encantou uma geração que se supunha não acreditar mais em nada. Suas aulas eram sempre uma Conferência. Suas críticas aos trabalhos realizados por nós eram feitas de forma tão sincera e elegante que eram interpretadas como elogio. Pedia para refazer quantas vezes fosse necessário. A persistência com a qualidade e com a seriedade acadêmica era sua marca, sem perder a ternura própria de um mestre.

Entrevistar nosso Professor era como ler um livro de história e economia ao mesmo tempo. Sempre animado, intercalava a entrevista com anedotas sobre os momentos mais importantes da história nacional e mundial. Contava fatos sobre Mao Tse Tung, Jânio Quadros, João Goulart, Kennedy, Kruschev, Hugo Chavez, Fidel Castro e tantos outros.

O Professor Theotonio está eternizado por suas ideias e pelo legado que deixou para nós. Como disse Che Guevara, “na vida de um revolucionário, a morte é um acidente constante”.

Mestre Theo, fica a nossa homenagem ao amigo e companheiro, que muito nos ensinou e incentivou. Muito obrigado Professor, por tudo. Theotonio, PRESENTE!

Alberto Dias Mendes

TécnicoUniversitário UERJ