No último dia 16 de novembro, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro vivenciou pela segunda vez este ano ações truculentas diretamente ligadas a eventos comemorativos do centenário da Revolução Russa (1917).
Após a realização do evento “Paz, Pão e Terra”, pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), alguns militantes do PSTU que participaram do evento – em torno de cinco ou seis, segundo relatos – se reuniram no hall do queijo, localizado no andar térreo. Neste momento, cerca de 20 pessoas encapuzadas pertencentes ao Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) vieram de andares superiores e começaram a agredir os militantes do PSTU.
Segundo informações divulgadas pelo site do partido, na agressão foram utilizados porrete, choque elétrico e soco inglês. A covardia foi tamanha que não poupou sequer um carrinho de bebê, que foi derrubado. Por sorte, a mãe da criança conseguiu retirá-la antes do ataque. As agressões cessaram somente com a chegada dos seguranças da Uerj, que causou a dispersão dos agressores.
De acordo com o que foi divulgado pelo PSTU, a violência gratuita se deveu a diferenças políticas entre os dois segmentos que, por incrível que pareça, são de esquerda.
O Sintuperj, sindicato apartidário, repudia veementemente toda e qualquer forma de violência gratuita contra quaisquer segmentos, sobretudo dentro dos muros da Uerj. Um espaço que sempre primou pela convivência pacífica das mais diversas visões de mundo, ainda que o seu norte seja sempre contribuir para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária. As diferenças existentes dentro da comunidade universitária, que é natural em um espaço que abriga pessoas oriundas de diferentes classes sociais, políticas e ideológicas, devem continuar sendo resolvidas tão somente pelo diálogo, pelo debate fraternal de ideias, mas sem abrir mão da unidade em prol da pavimentação de um caminho que busque acabar com a exploração sofrida pela classe trabalhadora e pelos estudantes.
Para além do repúdio aos ataques proferidos aos militantes do PSTU, o que nada mais gerará senão um divisionismo de segmentos que buscam, em última análise, o mesmo propósito, o sindicato ressalta o seu desejo em ver toda essa energia utilizada de forma covarde canalizada contra aqueles que exploram trabalhadores e estudantes – com atrasos salariais e de bolsas; com o aumento de impostos, de descontos previdenciários e abusivo de passagens, etc – bem como contra os que atacam fisicamente àqueles que se colocam contrários a tais abusividades inerentes à política que privilegia empresas em detrimentos de direitos sociais da classe trabalhadora.
Diretoria Executiva do Sintuperj
Quadriênio 2015 – 2018
