Estudantes vão às ruas contra privatização da Educação pública

Estudantes de várias idades e segmentos da Educação compareceram em peso às ruas de todo o país no último dia 13 de agosto para dizer não às políticas anunciadas pelo Governo federal para as instituições públicas de ensino. A mais recente delas, o Future-se, propõe a entrega da gestão das atividades fins das instituições federais de ensino superior a Organizações Sociais (OSs). Um projeto contraditório na sua essência, pois apresenta como objetivo o “fortalecimento da autonomia administrativa e financeira das Instituições Federais de Ensino Superior — IFES” entregando sua gestão a terceiros. Em outras palavras, o projeto é uma clara tentativa de terceirização administrativa destas instituições.

Para além disso, o histórico recente de atuação de Organizações Sociais no âmbito do serviço público – ou anteriormente de gestão pública – vai na contramão de uma melhoria da prestação de serviços à sociedade. No âmbito da Saúde municipal do Rio de Janeiro, por exemplo, convivemos há anos com corrupção e/ou falta de atendimento digno à população. Nas ocasiões em que ainda há algum atendimento. Mesmo na esfera federal temos experiências de piora no nível de atendimento de Saúde após a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) em 2011, responsável pela gestão administrativa no âmbito dos hospitais universitários federais.

A Educação tem sido um dos alvos preferidos da política de arrocho do governo Bolsonaro. No início do ano ele anunciara cortes aos orçamentos das universidades federais, colocando em risco pesquisas e o próprio funcionamento delas. E, em última análise, o futuro do país.

Entre as manifestações desta terça-feira, houve uma passeata no centro carioca, desde a Igreja da Candelária até o prédio da Petrobras, uma das instituições que também vem sofrendo com o processo de privatização com a entrega de suas subsidiárias ao capital privado.

Representando o Sintuperj, a coordenadora geral Regina de Souza defendeu a luta pela Educação por ser esta libertária e construtiva. “É o nosso futuro. Se não lutarmos por ela, vão passar a borracha no nosso país. A Uerj resistiu a crise e floresceu. A universidade que tentaram destruir hoje está cheia de estudantes que têm confiança na universidade pública, gratuita e de qualidade. Não vamos deixar apagar o nosso passado de luta pela Educação!”, conclamou.

A coordenadora geral Cássia Gonçalves e de Saúde e Segurança do Trabalho, Simone Damasceno, também estiveram presentes à manifestação.