A Rede Globo de Televisão, em sua primeira edição do jornal local RJTV de 26/02, exibiu uma reportagem sobre o caso da paciente Maria das Graças Costa da Silva, de 67 anos de idade, que passou por uma cirurgia de emergência no último domingo (24/02) no Hospital Universitário Pedro Ernesto da Uerj (Hupe) por conta de uma fratura no fêmur. Nesta reportagem, foi ouvida a coordenadora geral do Sintuperj, Cassia Gonçalves Santos da Silveira, em relação ao rápido atendimento prestado para a paciente, que é mãe do vice-governador do estado do Rio de Janeiro, Claudio Castro, que também foi questionada sobre a paciente supostamente ter “furado a fila” do Sisreg, Sistema Nacional de Regulação, para a realização da cirurgia.
Em sua entrevista, que exibimos na íntegra (e diferente do material produzido pelo jornalismo da TV Globo, que editou e as declarações da coordenadora geral do Sintuperj utilizando trechos que dão a entender que a mesma tece críticas ao Hupe e a sua gestão), Cassia Gonçalves Santos da Silveira afirmou que, independente de regulação pelo Sisreg, o Hospital tem o dever de atender situações de urgência, e isso não só no Hupe, mas em qualquer unidade de saúde. Além disso, a entrada da paciente Maria das Graças Costa da Silva foi devidamente registrada e inserida no mapa do Centro Cirúrgico, informações confirmadas pela chefe do ambulatório do Hupe. A coordenadora geral do Sintuperj afirmou ainda que o Hospital Universitário Pedro Ernesto, que quase fechou por falta de abastecimento e atualmente está sendo reconstruído e fortalecido, precisa funcionar cada vez melhor para prestar um serviço de qualidade para a população, pensamento não só da administração da unidade, mas de todos os servidores técnico-administrativos da Uerj.
Algumas considerações das Diretoria Executiva do Sintuperj sobre a questão:
1) O Sintuperj defende que os servidores públicos estaduais, sejam da Uerj, sejam de outras autarquias do funcionalismo, assim como seus familiares, possam ser atendidos com qualidade e de forma humanizada em serviços de saúde públicos de referência, como é o Hospital Universitário Pedro Ernesto. Esses servidores, que contribuem diretamente com seu trabalho e sua dedicação para o crescimento e desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro, em sua maioria esmagadora não recebem auxílio-saúde. Nada mais justo que possam ter essa tranquilidade;
2) O Sintuperj defende a consolidação, os investimentos e o fortalecimento do SUS, Sistema Único de Saúde, como uma política popular de promoção da saúde e de cuidados para toda a população;
3) A existência de problemas no Sisreg, Sistema Nacional de Regulação, NÃO é de responsabilidade da Uerj, do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) ou de seus profissionais. Se existe uma fila no Sisreg, a responsabilidade quase que total é do crônico sucateamento da saúde pública no nosso país;
4) Casos de urgência podem ser encaixados não só no mapa cirúrgico do Hupe/Uerj, mas de qualquer unidade de saúde pública, de acordo com a necessidade, havendo o remanejamento de uma cirurgia eletiva para tal. A escolha do Hupe neste caso se deve a capacidade de seus profissionais e a qualidade de seu serviço de saúde;
5) A acusação de “furar a fila” do Sisreg ou do mapa de cirurgias do Hospital Universitário Pedro Ernesto configura uma falsa polêmica. Uma unidade hospitalar e seus trabalhadores tem como missão prestar o melhor atendimento para seus pacientes, independente de sua origem. Assim como a paciente Maria das Graças Costa da Silva foi encaminhada para uma cirurgia de emergência no Hupe/Uerj, outros pacientes podem ser remanejados para o hospital de acordo com os protocolos de atendimento. Salvar vidas e garantir o bem estar da população é o principal objetivo dos serviços de saúde da Uerj (Hospital Universitário Pedro Ernesto e Policlínica Piquet Carneiro), o que é corroborado pelo Sintuperj enquanto representante dos servidores técnico-administrativos da Universidade.
