Uerj recebe assembleia de médicos municipais na luta contra desmonte da Saúde pública

O Auditório 71 do campus Maracanã da Uerj recebeu médicos de todo o município do Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira (06/11). Eles se reuniram em assembleia organizada pelo Sindicato dos Médicos (Sinmed) para discutir avanços e estratégias da categoria, que está em greve desde o dia 26 de outubro devido aos atrasos salariais e a falta de insumos hospitalares. Segundo o Sinmed, também faltam medicamentos, o que compromete a evolução de pacientes que fazem tratamento na Clínica da Família.
Não há uniformidade quanto aos atrasos salariais porque, segundo a direção do Sinmed, as Clínicas da Família são geridas por seis diferentes Organizações Sociais. Estas empresas gestoras do serviço público de saúde, responsáveis pelos atendimentos primários, não estão recebendo repasses da Prefeitura com regularidade.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, por sua vez, quando não finge que nada está acontecendo, afirma que depende da liberação de verbas da Secretaria de Fazenda. Ao deixar a Saúde pública em plano inferior, o prefeito que na campanha eleitoral disse que cuidaria das pessoas atrasa os salários daqueles que de fato zelam por elas.


O coordenador geral do Sintuperj Jorge Luís Mattos (Gaúcho) recepcionou a categoria levou apoio à mobilização dos médicos e conclamou esta categoria a se engajar cada vez mais nas lutas sindicais em defesa do serviço público de qualidade. Em resposta, diversas falas ressaltaram a importância simbólica de a assembleia ter sido realizada na Uerj, como mais uma forma de demonstrar que a universidade continuará resistindo às tentativas de destruição do ensino público.

Os médicos ressaltaram a importância da mobilização no sentido de constranger o prefeito diante da mídia e da opinião pública. Mencionaram, como exemplo, uma intervenção que um grupo de médicos fluminenses fizeram durante um evento realizado em São Paulo, entre os prefeitos das capitais carioca e paulista, no qual Crivella, diante da situação, foi obrigado a responder perguntas à imprensa local sobre como estava a situação da Saúde pública na sua gestão. Outro desdobramento foi o agendamento de uma reunião entre Crivella e o sindicato para o dia 13 de novembro.