Criação da CPI das universidades públicas gera forte embate na Alerj

Servidores e estudantes das universidades públicas estaduais do Rio de Janeiro compareceram em peso à Assembleia Legislativa (Alerj) na tarde da última quinta-feira (30/05). O movimento visava pressionar os deputados estaduais a votar contra a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das universidades públicas fluminenses. Deputados contrários à criação ressaltaram a inexistência de irregularidades que configurem objeto para uma CPI, configurando-a como um instrumento arbitrário e de perseguição a essas instituições. Lembraram ainda que as dificuldades enfrentadas pela Uerj nos últimos anos se devem à falta de repasses orçamentários do Governo do Estado desde o início da crise fiscal e ao desrespeito ao cumprimento da lei que garante repasses em duodécimos para a instituição, aprovada em dezembro de 2017, que os governos Pezão e agora Witzel não vem cumprindo.

Em uma visão macrossocial, a criação da CPI foi apontada como mais uma tentativa de desestruturação do ensino público por meio da decomposição da imagem socialmente referenciada que as universidades construíram ao longo da História. E que a razão para a proposição está atrelada ao papel social das universidades de promover o ensino crítico e a inclusão social da população mais pobre.

Também compareceram à sessão plenária seguidores de extrema direita que ostentaram imagens do senador Flávio Bolsonaro, que foi parlamentar na Alerj até o ano passado, e do presidente Jair Bolsonaro. Favoráveis à criação da CPI, estes manifestantes gritavam palavras de ordem pedindo o fim das cotas e até mesmo a privatização das universidades públicas.

Os deputados que defenderam a criação da CPI usaram de pífios argumentos que não apontam para a necessidade de criação de uma CPI, como o batido clichê “quem não deve não teme”.

Após os pronunciamentos, o projeto de resolução que cria a CPI foi retirado de pauta devido à inclusão de emendas.

Pelo Sintuperj, estiveram presentes a coordenadora geral Cássia Gonçalves e o coordenador de Formação e Comunicação Sindical Carlos Alberto Silveira.