Manhã desta terça-feira marca o início do Seminário sobre Carreira dos Servidores Técnico-Administrativos da Uerj

A manhã desta terça-feira, 29/10, foi marcada pelo início das atividades do 1º Seminário sobre Carreira dos Servidores Técnico-Administrativos da Uerj. Com a presença de membros da Diretoria Executiva do Sintuperj, de convidados e de trabalhadores inscritos no espaço, foram realizadas a mesa solene de abertura do evento e o primeiro debate técnico, que abordou como tema Mulher e Carreira – Desafios e Empoderamento.

O início das atividades se deu às 09 horas, com um café de recepção dos convidados e inscritos no seminário. Logo em seguida, às 10 horas, teve início a mesa solene de abertura, na qual a coordenadora geral do Sintuperj Regina de Fátima de Souza convidou a também coordenadora geral Cássia Gonçalves Santos da Silveira para presidir a mesa. Vários convidados abrilhantaram a mesa solene, como a deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB), o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)  Paulo César Farias (Paulinho), o candidato a reitor da Uerj Ricardo Lodi Ribeiro e o primeiro vice-presidente da Asduerj (Associação dos Docentes da Uerj) Frederico Irias. As gestões que contribuíram para a construção e fortalecimento do Sintuperj também foram homenageadas no espaço, com a participação dos ex-coordenadores Jorge Luis Mattos de Lemos (Gaúcho), Antônio Virgínio Fernandes, Alberto Dias Mendes e César Lima de Castro Lopes, que contaram histórias e luta da entidade e exaltaram o pioneirismo da luta dos servidores da Uerj (ainda organizados como Asuerj – Associação dos Servidores da Uerj – e Ashupe – Associação dos Servidores do Hupe) e também a importância da mobilização dos trabalhadores para o desenvolvimento da Universidade.

Após o encerramento da mesa solene, teve início o primeiro espaço de discussões técnicas do Seminário. E novamente a coordenadora geral do Sintuperj Regina de Souza iniciou o cerimonial convidando a servidora Loana Saldanha para conduzir a mesa Mulher e Carreira – Desafios e Empoderamento, que contou com as convidadas Ana Rocha e Cristiane Soares como debatedoras. Ana Rocha, que é jornalista, psicóloga, mestra em Serviço Social pela Uerj e especialista em Políticas Públicas, fez uma apresentação sobre a mulher e o mundo do trabalho, abordando questões históricas e sociais da participação das mulheres na sociedade e a constante luta travada por elas para conquistar seu espaço. Já Cristiane Soares, economista, doutora pela Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora do IBGE, analisou com base em indicadores e gráficos questões educacionais que mostram que ainda existe e ainda são perpetuadas práticas de segregação e machismo que atingem as mulheres no trabalho e na sociedade.

Carreira em debate

Durante o período da tarde, os servidores organizaram um Grupo de Trabalho a fim de discutir a carreira técnico-administrativa. O objetivo era apontar melhorias e até supressões ao atual plano de carreira da categoria.

Antes do início dos trabalhos, a coordenadora geral Cássia Gonçalves ressaltou que a proposta de alterações ao plano de carreira aprovado recentemente pelas assembleias da categoria já está de posse da Comissão Permanente de Legislação e Normas (CPLN) do Conselho Universitário. E que possíveis propostas do GT montado para o Seminário poderiam ser incluídas no projeto em tramitação na forma de minuta. Também foi defendida a retomada de uma comissão de desenvolvimento funcional.

Entre os principais pontos discutidos pelo GT estiveram críticas à burocratização do processo de progressão na carreira. Por lei, os técnico-administrativos precisam frequentar cursos de capacitação que ainda precisam ser aprovados pelas chefias, diferente dos servidores docentes que progridem automaticamente. Nesse sentido, os servidores criticaram a falta de isonomia entre os servidores da universidade.

Um dos temas mais preocupantes levantados foi à falta de reposição dos quadros em vacância por conta de aposentadorias. Houve relatos da diminuições drásticas em alguns setores que há poucos anos chegaram a dispor de seis e até sete servidores e que agora conta com apenas um. A coordenadora geral Regina de Souza enfatizou a necessidade de reposição sob risco de a universidade voltar a ser sistematicamente dotada de trabalhadores precarizados e, antecipadamente, alertou que a reposição de servidores aposentados não fere o Regime de Recuperação Fiscal.

Outro ponto discutido foi a necessidade de recriação do Grupo de Trabalho sobre Carreira, inclusive com a função de diagnosticar as possíveis defasagens nas condições de trabalho e de locação. Nesse sentido, os servidores ressaltaram que a universidade indispõe de uma política para melhor aproveitamento dos técnico-administrativo de acordo os conhecimentos específicos de cada servidor. Destacaram ainda que a Uerj não oferece treinamento para os empossados.

Também ficou de ser analisado a possibilidade de cada servidor recém-aposentado fazer jus às progressões na carreira ainda não concedidas pela universidade, ainda que de forma proporcional no caso de não ter completado todo o período necessário à ascensão na carreira. A última delas em agosto passado.