Sem voto contrário, Uerj aprova projeto que incorpora Uezo

O Conselho Universitário da Uerj aprovou, com apenas uma abstenção, o projeto de incorporação do Centro Universitário da Zona Oeste (Uezo) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro em sessão virtual realizada na última sexta-feira (17/09). A ideia teve origem na comunidade universitária da própria Uezo e apresentada pela reitora da instituição, Luanda Moraes, ao reitor da Uerj, Ricardo Lodi.

Durante a sessão do Consun, a tônica dos pronunciamentos dos conselheiros foi a de que a incorporação da Uezo significa defender o ensino público e garantir a existência deste polo de ensino tecnológico. Foi ressaltado que ao longo dos mais de 10 anos de existência, a Uezo nunca foi dotada pelo governo estadual das estruturas mínimas para cumprir a sua função universitária, como plano de carreira e uma sede própria. E que, por essa razão, o centro universitário corria o risco de ser descredenciado.

Outro aspecto amplamente defendido foi a de que a própria Uerj se beneficiaria com a incorporação, já que expandiria sua atuação para a Zona Oeste. Segundo o vice-reitor da Uerj, Mário Carneiro, a expansão da Uerj para outros municípios e regiões da capital fazem bem à universidade, pois com isso ela “ganha apoio da sociedade, dos políticos locais e a universidade ganha força política”. Uma das razões apontadas pelos conselheiros é a de que com a incorporação a Uerj passaria a dispor de cursos tecnólogos. Além disso, a experiência de outras incorporações já promovidas pela universidade foi usada para lembrar o processo influencia não apenas o desenvolvimento local como também em âmbito regional.

Uma das principais preocupações levantadas durante o Consun foi com relação ao complemento orçamentário necessário para que a Uerj mantenha o funcionamento estrutural e de recursos humanos da Uezo. Sobre isso, o reitor da Uerj e presidente do Consun, Ricardo Lodi, afirmou que os valores demandados são poucos frente aos valores discutidos em torno do orçamento da Uerj, e acrescentou que a Secretaria de Ciência e Tecnologia e a Comissão de Educação da Alerj já se manifestaram favoráveis à incorporação.

Outro aspecto ressaltado é a necessidade de aquisição de um campi para a Uezo – a instituição sempre funcionou de forma precária em um CIEP – e a sua manutenção na Zona Oeste.

O conselheiro Jorge Luís Mattos (Gaúcho) classificou como um presente o projeto de incorporação da Uezo. Ele lembrou que lutou durante 15 anos junto ao sindicato para a implementação de um plano de carreira para os servidores da instituição, mas os diferentes governos sempre enrolaram ou viraram às costas para a Uezo. Destacou ainda a importância da promoção educacional de regiões periféricas, sobretudo com grandes concentrações populacionais como é o caso de Campo Grande e da Zona Oeste, recordando de quando o então governador Brizola justificou a construção de CIEPs próximo à rodovia Rio-Manilha mencionando que naquela região havia bolsões populacionais que teriam que se deslocar grandes distâncias para ter acesso à escola.

Gaúcho ainda parabenizou o Sintuperj pela condução dos diálogos entre a Reitoria da Uezo e os técnico-administrativos da instituição.

Aprovada pela Uerj, a incorporação da Uezo pela universidade dependerá agora das tratativas entre as diferentes esferas de governo Executivo, Legislativo e Judiciário e as reitorias das instituições.