Trabalhadores e estudantes da Uerj promovem mobilização pela vacina e pela vida em frente ao Hospital Universitário Pedro Ernesto

A comunidade uerjiana promoveu na manhã desta quarta-feira, 17/03, uma mobilização reivindicando que todos os trabalhadores da Uerj, em especial os que atuam nos serviços de saúde (Hospital Universitário Pedro Ernesto – Hupe – e Policlínica Piquet Carneiro – PPC), sejam vacinados imediatamente. O ato, que teve sua concentração às 10h em frente ao Hupe, contou com a participação de representantes das entidades representativas da universidade (Sintuperj, Asduerj, DCE e APG), e também de membros da base de servidores técnico-administrativos, docentes e estudantes.

Durante a concentração em frente ao Hupe, foram estendidas faixas que continham mensagens em defesa da vacina, e que também referenciam a necessidade de respeito àqueles que estão atuando na linha de frente contra a Covid-19, neste momento da pandemia em que a doença vitima cerca de 3 mil pessoas por dia e os números aumentam exponencialmente (ultrapassando o total de 280 mil mortos, em números do dia 16/03/2021).

Após o período de concentração, em que os participantes do ato mantiveram um distanciamento seguro e utilizaram o tempo todo máscaras e álcool 70º (as pessoas puderam contar também com a disponibilização desses materiais por parte do Sintuperj), os manifestantes se dirigiram ao campus Maracanã da Uerj e estenderam uma faixa em uma das varandas do pavilhão João Lyra, filho, reivindicando vacina para todas e todos.

Ao final, os participantes formaram uma roda na qual os participantes puderam falar sobre a atual conjuntura e reforçaram a importância de uma luta conjunta não só pela saúde e pela vacina, mas também em defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.

Entidades da Uerj lançam nota conjunta sobre situação sanitária da Universidade

Em mais uma ação articulada da qual o ato desta quarta-feira fez parte, as entidades representativas das categorias da Uerj lançaram uma nota na qual avaliam a conjuntura e apontam caminhos para que seja mantida a segurança de trabalhadores (efetivos ou contratados), estudantes e comunidade externa que utiliza os serviços oferecidos pela Universidade.

Dentre os pontos abordados, Sintuperj, Asduerj, DCE e APG elencam a necessidade de extensão da suspensão das atividades presenciais e manutenção das atividades remotas (home-office) sem que os trabalhadores tenham perda de direitos, neste período em que a pandemia de Covid-19 aumenta seus números; a importância da vacinação em massa para impedir o aumento de casos de contágio e vítimas fatais; e a adoção de medidas que combatam a exclusão digital dos estudantes da Uerj que, por falta de aparato tecnológico, não conseguiram acompanhar o Período Acadêmico Emergencial (PAE).

Confira a nota:

Nota sobre atividades presenciais na universidade, vacinação e condições sanitárias

Pela saúde e pela vida!

Sem vacinação, não tem retorno presencial.

Em nosso país já ultrapassamos 270 mil mortes por COVID-19, sendo que no Estado do Rio de Janeiro, temos mais de 33 mil óbitos e mais de 589.000 casos confirmados. Esses números alarmantes, que indicam uma segunda onda pandêmica com altos índices de contaminação, hospitalização e mortes, colocam novamente em risco de colapso o sistema de saúde. Essa realidade reflete a ineficácia das medidas de combate à propagação da pandemia, tornando evidente que os governos federal, estaduais e municipais deixaram de adotar ações que levem ao controle epidemiológico para preservação da vida. A definição da educação como atividade essencial e da abertura das escolas, fato já iniciado com a abertura de 38 escolas da rede municipal do RJ, sem uma política de controle epidêmico de vacinação em massa, certamente, contribuirá para a agudização da situação. Na Uerj, o calendário aprovado, no CSEPE, ainda em 2020 definiu o início do Período Acadêmico Emergencial 2020.2 (PAE 2020.2) em 22/02/2021, pressupondo a continuidade do Ensino Remoto Emergencial em função dos riscos sanitários.

Nesse processo, a falta de recursos financeiros não permitiu garantir a conexão via internet de toda a comunidade acadêmica da UERJ, deixando muitos para trás, especialmente os estudantes de graduação que não possuem recursos para bancar equipamentos e pacotes de dados por conta própria. As ações de inclusão que foram realizadas são ainda incipientes e não resolveram, nem mesmo de forma satisfatória o problema da exclusão digital. Essa situação gerou uma ação integrada de estudantes, técnicos e docentes que, articulando as quatro entidades (Asduerj, Sintuperj, DCE e APG) apontaram as inúmeras dificuldades para o trabalho remoto, e apresentaram propostas que foram incluídas em uma Resolução do CONSUN. Essas propostas têm como objetivo garantir a inclusão de estudantes da graduação e os direitos de técnicos e docentes, bem como a implementação de uma política de avaliação permanente do processo. Como um dos importantes resultados, tivemos a aprovação, na Resolução do Consun 12/2020, da Comissão de Monitoramento e Avaliação, espaço que se revela, mais do que nunca, essencial para as avaliações vivas e não meramente burocráticas do processo em curso. Em fevereiro, a Reitoria da Uerj, através da AEDA 001/2021, prorrogou o prazo de suspensão das atividades acadêmicas até 31 de março. Nesse contexto, as 4 entidades vêm se posicionar em defesa da autonomia da Universidade, o que significa ter firmeza frente às pressões governamentais, tendo como central a preservação das vidas em nossa universidade. Assim como somos contrários à abertura das escolas sem vacinação, colocando em risco os profissionais da educação, estudantes e seus familiares, também somos absolutamente contra o retorno de atividades e aulas presenciais na UERJ sem condições sanitárias na universidade e, especialmente, sem vacinação de todas e todos os docentes, técnico-administrativos, estudantes e terceirizados, no mínimo.

Para nós, a prioridade é a preservação das vidas de trabalhadoras, trabalhadores e estudantes da universidade em primeiro lugar e o combate à exclusão digital de estudantes e às desigualdades internas que foram acentuadas durante o PAE 1. Consideramos vital alertar à Administração da Universidade, em todas as suas instâncias, que o descaso dos governantes tem provocado atraso na programação de vacinação em massa, o que nos afeta diretamente, impedindo que voltemos às atividades presenciais, em geral, o que inclui todos os tipos de aulas. Nesse sentido consideramos fundamental que a suspensão das atividades presenciais na UERJ se estenda até que tenhamos vacina e condições de trabalho para todos e todas.

Rio de Janeiro, 17 de março de 2021.

Fórum das 4 entidades da UERJ

(ASDUERJ, SINTUPERJ, DCE e APG)