Viva a mulher negra latino-americana e caribenha! 25 de julho, uma data para exaltar sua luta!

O dia 25 de julho é uma data especial para a luta das mulheres negras da América Latina. Nesta data se comemora o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, que tem o objetivo de aumentar a visibilidade dessa parcela da população que muito luta e pouco recebe de contrapartida social. A ideia de comemoração desta data surgiu durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado na cidade de Santo Domingo, capital da República Dominicana,  no ano de 1992.

A data ganhou status oficial no Brasil a partir do ano de 2014, quando a então presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.987/2014, instituindo o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Uma homenagem merecida a uma das principais líderes negras da história do Brasil, que resistiu à escravidão junto com negros e indígenas por mais de duas décadas à frente do Quilombo do Quariterê (conhecido popularmente como Quilombo do Piolho), localizado no Mato Grosso do Sul.

Em um momento no qual são direcionados ataques a toda e qualquer iniciativa que vise discutir os privilégios das classes mais abastadas da nossa sociedade, é necessário dar voz e vez às parcelas mais vulneráveis de nossa população, como é a mulher negra na atualidade. Segundo dados do Mapa da Violência, estudo realizado pela Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais) aponta que o homicídio de mulheres negras aumentou 54,2% entre os anos de 2003 e 2013, mesmo com a tentativa de implantação de políticas públicas em defesa das mulheres. Na atual conjuntura, em que essas mesmas políticas públicas estão sendo esvaziadas e desmontadas, é necessário que todas as mulheres negras se unam para enfrentar os sucessivos ataques contra sua existência.

A comemoração do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é uma data para relembrar as lutadoras que se dedicaram ao sonho de liberdade do povo negro escravizado na América Latina, e exaltar as atuais lutas das mulheres negras por igualdade. Além de Tereza de Benguela, nomes como Aqualtune (rainha africana que foi traficada para o Brasil e liderou a construção do Quilombo dos Palmares no século XVII), Dandara (última líder do Quilombo dos Palmares, ao lado de Zumbi), Luisa Mahin (um dos principais nomes da Revolta dos Malês, em 1835, na Bahia) e Maria Filipa (líder de lutas pela independência na Bahia, no ano de 1822) servem de inspiração para grandes mulheres negras da nossa sociedade como Benedita da Silva, Conceição Evaristo, Elisa Lucinda, Elza Soares, Leci Brandão e Ruth de Souza, entre tantas outras, que levantam a bandeira de luta da mulher negra em nossa sociedade.

Com informações de:

https://www.geledes.org.br/hoje-na-historia-25-de-julho-dia-internacional-da-mulher-negra-latino-americana-e-caribenha/

https://anistia.org.br/o-racismo-nosso-de-cada-dia-e-situacao-da-mulher-negra-brasileira/

https://www.almapreta.com/editorias/realidade/aqualtune-a-luz-de-palmares

https://observatorio3setor.org.br/noticias/dandara-guerreira-que-viveu-no-brasil-e-preferiu-morte-a-escravidao/

http://osheroisdobrasil.com.br/herois/maria-felipa-a-heroina-negra-da-independencia/

http://antigo.acordacultura.org.br/herois/heroi/luizamahin