25 de julho: Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

O dia 25 de julho marca uma data das mais significativas para a luta pela igualdade de gênero. É o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, realizado em Santo Domingos, na República Dominicana, ele visa promover a reflexão sobre a união entre as mulheres com vias à promoção da igualdade de gênero através do combate ao machismo e ao racismo.

Infelizmente, passados 31 anos, ainda percebemos a imprescindível importância da existência desta data e de tantas outras iniciativas que visam resguardar a vida de todas as mulheres, sobretudo as negras, que são as maiores vítimas de toda sorte de violência de gênero e ainda convivem com os efeitos nocivos do racismo estrutural.

Nos últimos anos, as lutas pela igualdade de gênero conquistaram importantes avanços sociais. Se outrora as lutas se notabilizavam pelo viés da resistência, hoje são marcadas pelo protagonismo feminino. Sob o princípio “lugar de mulher é onde ela quiser”, está em curso uma grande transformação nos mais diversos setores da sociedade na qual as mulheres têm ocupado espaços historicamente atribuídos aos homens. A instituição do dia 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra (Lei 12.987/2014), em referência à líder do quilombo Quariterê, que viveu no século XVIII, também marca a virada social em prol da agência feminina.

Contudo, a representatividade delas ainda segue muito aquém de sua participação na composição da sociedade. E mesmo quando “inseridas” no mercado de trabalho ainda persistem as marcas da violência de gênero. Não por acaso, neste mês de julho de 2023, também conhecido como “julho das pretas”, foi sancionada a Lei 14.611, que garante igualdade salarial entre homens e mulheres. Mais um avanço no sentido de promover a igualdade de gênero e a proteção dos direitos sociais das mulheres. Avanços que vão construindo uma sociedade mais justa, igualitária e pacífica, mas que ainda requer muita luta de mulheres, e também dos homens, para se alcançá-la.

Nesse sentido, no próximo domingo (30/07), ocorrerá a 9ª edição da Marcha das Mulheres Negras, na Praia de Copacabana, que terá como tema Mulheres negras unidas contra o racismo, contra todas as opressões, violências, e pelo bem viver.

Por fim, porém não menos importante, não poderíamos deixar de mencionar os avanços anunciados neste mês de julho das investigações referentes ao assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018. Além de ser mais uma mulher negra vitimada pela violência promovida por um homem, as respostas sobre quem mandou matar e as razões são de vital importância para combater as violências de gênero e contra a democracia.