90 anos do voto feminino no Brasil: É necessário incentivar a participação das mulheres na política e reconhecer seus feitos

O dia 24 de fevereiro é marcado por uma data importante na busca pela igualdade das mulheres na sociedade brasileira. No ano de 1932, por meio de decreto assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, as mulheres passaram a ter direito ao voto em todo o território nacional, direito esse que foi ratificado pela Constituição Federal promulgada em 1934. O voto feminino foi uma conquista obtida através de muita luta tendo como pioneiras nomes como Josefina Álvares de Azevedo, Leolinda Daltro e Bertha Lutz, que se empenharam para que o direito a igualdade política entre mulheres e homens fosse garantido no país.

É importante e necessário exaltar não só a luta das mulheres por igualdade política e reconhecimento de seus direitos, mas também reforçar a necessidade de participação das mesmas nos espaços representativos e na política como um todo. Mesmo sendo a maior parte do eleitorado brasileiro (52,5% do universo de eleitoras e eleitores do Brasil), a participação das mulheres nas casas legislativas é bastante reduzido. Dados coletados no ano de 2020 apontam que as mulheres ocupam apenas 15% dos cargos políticos eletivos no país, contando espaços executivos e casas legislativas. E os motivos para essa pouca inserção são conhecidos.

Além do pouco incentivo das tradicionais oligarquias para a participação das mulheres na política e todo o contexto de violência implícita (e em alguns casos até mesmo explícita) contra as mulheres nos espaços institucionais, a dupla ou mesmo tripla jornada de tarefas impede que as mulheres se dediquem aos espaços de debate, decisão e prática política. Esses e outros fatores impedem que a participação das mulheres na política seja vista de maneira e que as qualidades das mesmas não seja reconhecida pelo eleitorado.

É necessário que a participação das mulheres na política institucional brasileira seja cada vez mais incentivada e reconhecida. Só é possível o exercício da democracia plena e o reconhecimento das verdadeiras demandas do povo com igualdade e equilíbrio para que as mulheres possam fazer valer sua voz.