A primeira assembleia dos técnico-administrativos da Uerj de 2018 nesta terça-feira (09/01) colocou em pauta as estratégias de luta a serem adotadas, já que no próximo dia 16 de janeiro a greve da categoria completará 1 ano. Uma maior participação dos servidores nas atividades de mobilização foi defendida por todos como condição para que a categoria, e a universidade como um todo, avance na luta contra a política do Governo de desmonte do serviço público.
O principal embate sobre a forma para se chegar a esse avanço, e que tomou conta da maior parte da sessão, foi a manutenção ou não da greve. A favor do encerramento, estava o argumento de que com a volta dos servidores aos seus locais de trabalho haveria uma maior possibilidade de arregimento para as assembleias e mobilizações.
Contudo, a maioria dos servidores defendeu que o momento não permite um recuo quanto ao movimento paredista. Um dos motivos é o fato de nem todos os servidores públicos estaduais terem recebido os salários do mês de novembro e a impossibilidade em dar crédito à promessa de pagamento feita pelo governador (a previsão de pagamento era para o dia seguinte). Desta forma, poderia se desenhar um cenário de saída e retorno à greve em menos de uma semana. O que prejudicaria politicamente o movimento.
Outro ponto levantado foi com relação ao pagamento do mês de dezembro, que após as prorrogações de dia de pagamento feitas pelo Governo (10º dia útil do mês ao invés do 2º) deve ser feito na próxima segunda-feira (15/01). E em reunião com o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais no último dia 28 de dezembro, o governador afirmou que não havia calendário de pagamento. Desta forma, a assembleia votou pela manutenção da greve.
Reitor inerte
O reitor da Uerj Ruy Garcia Marques não escapou aos questionamentos dos servidores. Muitos pronunciamentos questionaram o seu posicionamento evasivo frente às críticas do governador à Uerj. Entre elas, de que a universidade não reduziu seus custos. A fatídica entrevista dada pelo reitor à Revista Veja no ano passado foi lembrada como um exemplo da submissão daquele que deve defender os interesses da Uerj. Os técnico-administrativos defenderam uma maior cobrança sobre o reitor de uma atuação mais incisiva em defesa da Uerj frente ao Governo, com vistas a angariar a opinião pública para o engajamento na luta pela universidade pública, gratuita e de qualidade.