A Assembleia dos servidores técnico-administrativos de Uerj, Uenf e Uezo desta quinta-feira (07/10) repercutiu a aprovação pela Assembleia Legislativa (Alerj) da retirada de direitos dos servidores públicos fluminenses e renovação por 9 anos do Regime de Recuperação Fiscal pelo estado do Rio de Janeiro, na última terça-feira (05/10).
Revelando bastidores de todo o processo que culminou no duro golpe ao serviço público e de quem dele depende, a Direção Executiva do Sintuperj enfatizou que as entidades representativas dos servidores públicos fizeram todo o esforço para que as medidas não fossem aprovadas. Mas que, com a maioria do Legislativo apoiando o Governo, o máximo que os trabalhadores conseguiram foi reduzir os estragos previstos na proposta original do governador, como a exclusão dos atuais servidores do fim dos triênios. Além disso, foi ressaltada a grande velocidade de tramitação das medidas que dificultou os debates.
A coordenadora geral do Sintuperj Regina de Souza fez um contraponto entre a demanda social de servidores públicos por conta da pandemia da Covid-19, ainda em voga, e o seu sacrifício diante da aprovação das medidas de arrocho. Justamente em outubro, mês marcado pelo Dia do Servidor Público. E cujo dia 05 será lembrado como o dia do “terror público”, classificou a Regina.
Uma preocupação destacada pela coordenadora é o desinteresse das pessoas em tornar-se servidor público e, desta forma, as vagas ociosas serem ocupadas por contratos. E assim precarizar ainda mais a prestação do serviço.
A coordenadora geral do Sintuperj Cassia Gonçalves acrescentou que é importante que os servidores públicos mais jovens, os que já se encontram na ativa e os futuros empossados, lutem para reconquistar direitos. E que os antigos também se engajem na luta pois disso depende todo o serviço público.
Uenf
A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) foi bastante pautada na sessão. Servidores da instituição e diretores do Sintuperj enfatizaram a situação de extrema dificuldade enfrentada pelos servidores da Uenf. Baixos salários, não reajuste de auxílios alimentação e creche, além do não recebimento do auxílio tecnológico já aprovado por conta da elevação dos gastos domésticos oriundos do trabalho home office estão entre as principais reivindicações.
A situação da Uenf também inclui, segundo relatos, alto número de aposentadorias sem recomposição dos quadros, e grande quantidade de servidores aptos a solicitar aposentadoria. De acordo com o coordenador Jurídico do Sintuperj, Sérgio Dutra, se todos os servidores da Uenf aptos a se aposentar fizerem esta requisição, a universidade para.
A coordenação geral do Sintuperj ressaltou que paralelamente às medidas de arrocho em tramitação na Alerj, tratava com os parlamentares sobre as demandas da Uenf. E que os próprios deputados questionaram a fraca atuação política da Administração da universidade. O que, de acordo com o relatado, propiciou maiores dificuldades para a Uenf.
Ainda de acordo com a coordenação geral do Sintuperj, uma reunião entre o sindicato e o reitor da Uenf está agendada para o próximo dia 14 de outubro, em Campos.
Confira, abaixo, as deliberações da Assembleia de 07 de outubro de 2021:
