Comunidade uerjiana realiza ato contra autoritarismo à universidade

Servidores e estudantes da Uerj promoveram um ato simbólico no campus Maracanã da universidade nesta quinta-feira (10/06). O objetivo da manifestação foi recolocar uma faixa com a frase “Vacina no braço, comida no prato. Contra a destruição do serviço público. Fora Bolsonaro e Mourão!”, igual à da faixa retirada arbitrariamente por um deputado estadual, há cerca de um mês, durante à noite.

Durante o ato, a diretora da Asduerj, Renata Gama, afirmou que nenhuma ação bolsonarista, autoritária e arbitrária fará a comunidade universitária retroceder na luta em defesa da Educação e dos serviços públicos.

Regina de Souza, coordenadora geral do Sintuperj, ainda afirmou que a universidade incomoda pelo fato de contribuir para que mulheres e negros ascendam socialmente e assumam posições de destaque na sociedade. Ressaltou ainda o papel da universidade como produtora de ciência e promoção de direitos sociais, contribuindo para a redução da desigualdade social.

A Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior Andes-SN apoiou o movimento e transmitiu a manifestação para todo o país. Apoiado também por movimentos sociais como Fórum pelos Direitos e Liberdades Democráticas, Frente Brasil Popular, Povo sem Medo e o Comitê contra as privatizações.

Vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc) Paulo Garrido ressaltou que o ato é uma resposta e denúncia ao projeto governista de destruição da educação e saúde públicas, e reafirmou a necessidade do diálogo com trabalhadores e estudantes a fim de construir o ato Fora Bolsonaro do próximo dia 19 de junho.

A manifestação percorreu o campus a partir da entrada da universidade, no portão 5, contornando o Pavilhão João Lyra Filho até o local onde a faixa que foi arbitrariamente retirada estava exposta, próximo ao portão 1. No local, foi reposta a faixa com a frase “Vacina no braço, comida no prato. Contra a destruição do serviço público. Fora Bolsonaro e Mourão!”, além de outras com os dizeres “Fora Bolsonaro Genocida” e “Uerj Vive”.

Ao lado da coordenadora geral do Sintuperj Cassia Gonçalves e da coordenadora da Saúde e Segurança do Trabalhador Simone Damasceno, Regina de Souza falou da relevância do ato de reposição da faixa. “O simbolismo desse ato é a resistência. Quando você tem ataques sistemáticos da ultradireita contra a universidade, inclusive com projeto para fechar a universidade, já tivemos caso de deputado que entrou na universidade e agrediu estudante, que resistiu ao nome dado à Concha Acústica Marielle Franco. Não respeitam a ciência, não respeitam a vacina. Mas o projeto maior deles é acabar com os avanços que a esquerda obteve através dos direitos sociais. Essa universidade foi a primeira a adotar o sistema de cotas e o curso noturno, possibilitando que trabalhadores pudessem voltar a estudar. A ultradireita só enxerga o seu lado. Defendem uma sociedade de castas para ele e que nós fiquemos esperando as migalhas. Não querem preto nem pobre nas universidades porque as vagas no mercado de trabalho estavam reservadas para eles”.

Durante a afixação, transeuntes que passavam pelo local deram apoio à manifestação aos gritos de “Fora Bolsonaro!”.