O Conselho Universitário desta sexta-feira (02/06), aprovou por unanimidade a resolução que “estabelece a tabela da carreira técnico-administrativa da Uerj com a aplicação da Lei 7.426/2016 que alterou a Lei 6701/2014”, após a leitura do relator Celso Santos.
Eleições para os Conselhos
Durante o Consun, o conselheiro Domênico Mandarino solicitou a inclusão na pauta das discussões sobre uma negociação com os técnico-administrativos sobre a realização de eleições para os Conselhos Superiores (Consun e Csepe). Ele chegou a citar uma possível “suspensão” da greve da categoria como solução.
Após a inclusão de pauta pelo presidente do Consun e reitor da Uerj, Ruy Garcia, o conselheiro Guilherme Abelha reiterou o desconforto em estar ocupando a cadeira de conselheiro após o termino oficial do mandato, defendendo a tentativa de “convencer” os técnico-administrativos em realizar as eleições para o Consun “apesar do desgaste” e da “anormalidade” da situação vivida pela universidade.
O conselheiro Marco Gayoso levantou uma questão de ordem sobre a inclusão de pauta. Ele apontou que o tema não poderia ter sido incluído nas discussões porque não foram cumpridas normas regimentares necessárias, como a apresentação de um projeto que desse ciência aos conselheiros sobre o que estaria a ser incluso na Ordem do dia. Alegou ainda que o contexto atual da universidade “não está normal para a realização de eleições”. Palavras reforçadas pelo conselheiro Francisco Alves, que afirmou que “as condições da Casa não permitem eleição”, e pela conselheira Eloiza Oliveira, que acrescentou que “teria vergonha em pedir que os técnicos suspendessem a greve”, classificando ainda a atitude como desrespeitosa com a categoria.
O conselheiro Jorge Luís Mattos (Gaúcho) também ressaltou a impossibilidade de realização das eleições. “Não vejo urgência para eleição. Onde está escrito que não pode prorrogar o mandato?”, questionou. Gaúcho afirmou ainda que os conselheiros não estão prorrogando os mandatos porque querem. Disse ainda que “muitos [técnicos] não vêm porque têm de escolher entre comer ou vir trabalhar”. E fez coro às palavras de Gayoso, afirmando que o encaminhamento de inclusão de pauta não foi o correto e que não havia como decidir nada sobre a realização das eleições.
Uma das falas mais ríspidas ficou por conta do conselheiro Lisandro Lovisolo, que defende a realização das eleições. Ele chegou a classificar o conselheiro Gayoso de “golpista”. A declaração rendeu várias repugnações por parte de conselheiros, que defenderam o respeito entre todos os componentes do Consun.
Em resposta, o conselheiro Gayoso lembrou que não é a primeira vez que o Consun prorroga os mandatos de seus conselheiros, citando uma crise política de outrora que ampliou o mandato em um ano. Propôs como solução aos que estivessem desconfortáveis com a prorrogação a entrega de uma carta de renúncia.
Gaúcho também criticou o uso do termo “golpista”. “Eu acho que não precisamos nos chamar de golpista porque já temos golpistas demais, e até um no comando. Golpista é quem indiretamente e disfarçadamente apoiou o golpe contra a presidente Dilma”.
A vice-reitora, Georgina Muniz, propôs que a Comissão Eleitoral dialogasse com a categoria técnico-administrativa no intuito de buscar uma possível solução que permitisse a realização do pleito, defendendo ainda que a categoria discuta o tema em assembleia. O presidente da Comissão e conselheiro, Domenico Mandarino, aceitou.
Em tom ainda exaltado, o conselheiro Lisandro Lovisolo, discordou da proposta e afirmou que o Conselho não poderia ficar “refém” de assembleia.
A declaração gerou inúmeras críticas, como as do conselheiro Celso Santos, que afirmou que Lovisolo estava desmerecendo a assembleia dos técnico-administrativos. E do próprio autor da proposta de inclusão da pauta e presidente da Comissão Eleitoral, Domênico Mandarino, que afirmou que aguardar a decisão da assembleia não diminui a importância institucional do Conselho Universitário.
Publicado em 02/06/2017