Em ato público, servidores cobram pagamento dos salários

Servidores de todo o estado do Rio se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Rio em uma única voz no ato público “Exigimos o pagamento imediato”, na última quarta-feira (08/11). Eles lotaram a Rua Primeiro de Março, de onde fizeram várias manifestações contra os atrasos dos salários de 2017, cobrando também o pagamento do 13º salário de 2016.

Durante os pronunciamentos, vários parlamentares foram alvos da indignação dos trabalhadores por compactuarem com os crimes de responsabilidade cometidos pelo governador Luiz Fernando Pezão, que teve as contas de 2016 tecnicamente reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), aprovando politicamente esta contabilidade. O principal alvo das críticas era o presidente da Alerj, o deputado Jorge Picciani (PMDB), bem como os demais parlamentares que compõem a base do governo na Assembleia.

O coordenador geral do Sintuperj Antônio Virgínio lembrou que quando a crise econômica ainda dava os primeiros sinais, os trabalhadores propuseram uma série de medidas com o intuito de reduzir as despesas do governo e aumentar suas receitas, entre elas um corte de 50% dos cargos comissionados, com salários entre R$ 10.000,00 e R$ 25.000,00, a redução de secretarias, e a cobrança das dívidas ativa que hoje está em quase R$ 70 bilhões.

Representante da categoria dos Bombeiros, Mesac Eflaín, trouxe um informe de um diálogo com o Picciani, no qual o deputado teria afirmado que há previsão de quitação de todos os salários atrasados nos próximos dias. Ao ser requisitado um encontro entre os servidores e o governador, o parlamentar teria alegado a ausência de Pezão do estado e que esse encontro ocorreria no próximo dia 16 de novembro.

PMs no lugar errado

Durante os informes, os servidores se aglomeraram próximos às grades colocadas para impedir o acesso às escadarias da Alerj. Enquanto os servidores se aproximavam das divisórias os incontáveis policiais que guardavam posição na frente e nas laterais, fortemente armados, colocaram seus capacetes e se preparavam para o que parecia ser um ataque de bárbaros.

Após a tentativa de um servidor de chegar à escadaria da Alerj, um direito constitucional de ocupação do espaço público, os policiais o impediram e começaram a atirar bombas de efeito moral nos servidores. Mesmo com um princípio de dispersão, os manifestantes se reaglutinaram e prosseguiram com os protestos, seguindo em passeata até a Central do Brasil.

O contingente de policiais deslocados para a Alerj contrasta com o alto índice de violência em que o estado está mergulhado. Enquanto os números de roubos a pedestres, carros e caminhões de carga crescem, mesmo após a chegada da Força Nacional, centenas de policiais que deveriam “servir e proteger” a sociedade são designados para “servir e proteger” àqueles que corroboram com a política de governo que há mais de dez anos têm privilegiado o empresariado com isenções fiscais. Política cujo déficit de receita oriundo tem sua conta repassada para a classe trabalhadora, através do aumento do desconto previdenciário dos servidores e do atraso de seus salários etc., além do aumento de impostos e do custo de vida da população em geral.