Os servidores técnico-administrativos da Uerj se reuniram na manhã desta terça-feira, 16/01, no auditório do Centro de Estudos da Policlínica Piquet Carneiro (PPC), para a realização de Plenária. Dentre os pontos discutidos, destaque para a necessidade de aumentar a visibilidade da policlínica, que não tem seus problemas e necessidades divulgadas tanto quanto as demais unidades da universidade (em especial o Hospital Universitário Pedro Ernesto), avaliação da mobilização nos setores e questões que envolvem a continuidade da greve que completa um ano de deflagrada no dia de hoje.
No início da Plenária, a coordenadora geral do Sintuperj Regina de Souza fez uma fala defendendo a unidade dos servidores técnico-administrativos para as lutas que estão por vir neste ano de 2018, avaliando que será um ciclo no qual o calendário de atividades será cheio e impactará diretamente na mobilização dos trabalhadores (incluindo Copa do Mundo e processo de eleições no Brasil), além de avaliar que será um ano com dificuldades para o funcionalismo público estadual, que terá que se mobilizar fortemente para defender e garantir seus direitos. Em seguida, a palavra foi passada para a coordenadora de Formação e Comunicação Sindical, Loana Saldanha, que fez um apanhado das decisões das categorias participantes do Muspe (Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais do Rio de Janeiro).
De acordo com Loana, em reunião promovida pelas categorias que compõem o Muspe na última segunda-feira (15/01), os representantes de trabalhadores de diversas áreas do funcionalismo público estadual estão trabalhando para elaborar um calendário de atividades conjuntas com o objetivo de pressionar o Governo do Estado para que todos os direitos pleiteados pelos trabalhadores sejam efetivados, além de campanhas e mobilizações judiciais contra o atual governador, Luiz Fernando Pezão, que no entendimento dos servidores incorre no crime de improbidade administrativa por se negar a realizar uma compensação financeira pelos sucessivos atrasos de salários e dos 13º salários dos anos de 2016 (que foi pago no último mês de dezembro) e 2017 (que ainda se encontra pendente). Loana ressaltou que é importante a atenção da categoria para essas questões e a participação nas atividades convocadas para dar corpo à luta. A única resposta à fala da coordenadora do Sintuperj, ainda durante o momento de informes, foi feita pela servidora aposentada Cristina Callado, que criticou a composição do Muspe e demonstrou discordâncias em relação à sua constituição, defendendo outros espaços de mobilização.
O último momento amplo da Plenária foi dedicado à análise de conjuntura, no qual os servidores apontaram questões relativas a continuidade da atual greve, que é um esforço contínuo de toda a categoria e deve ser reavaliada em assembleia. Para os trabalhadores da PPC, o pagamento dos salários pode ser considerado um alento, mas também há a análise do passo que pode ser tomado em seguida pelo Governo do Estado, que é a implementação do desconto previdenciário de 14%, aprovado em 2017 na Alerj, e que só pode ser colocado em vigor após a regularização de todos os salários (neste momento o Estado tem pendente o pagamento do 13º salário referente ao ano de 2017). De acordo com a plenária, nada garante que após a vigoração do desconto os vencimentos dos servidores voltarão a atrasar ou mesmo sejam parcelados. Outros pontos relacionados a greve, e que devem ser analisados na próxima assembleia, são o esforço da categoria para manter uma mobilização combativa, o funcionamento da Uerj e a baixa adesão dos candidatos ao Vestibular.
Finalizando, os servidores da PPC fizeram queixas em relação a forma de tratamento da administração central da Universidade em relação à unidade, pois a reitoria trata a policlínica de forma única, sem os direitos existentes no Hupe (direitos ligados às unidades de saúde) e na administração central (onde a PPC está encaixada na organização da Uerj). De acordo com os trabalhadores, é necessário que seja promovida uma mobilização para responder as instâncias de administração da Universidade e torne a PPC e suas demandas visíveis para a população.
As propostas elaboradas pelos servidores na plenária serão encaminhadas para apreciação da categoria de técnico-administrativos na próxima Assembleia Geral Extraordinária, que será realizada na quarta-feira, 17/01, às 14 horas, no auditório 11 do campus Maracanã da Uerj.