SINTUPERJ DIVULGA: Nota de repúdio às agressões contra o padre Júlio Lancelotti

O Sintuperj, manifestando sua solidariedade, divulga a Nota de Repúdio produzida pelo Fórum Permanente sobre População Adulta em Situação de Rua do Rio de Janeiro em defesa do padre Júlio Lancelotti, que dedica seu trabalho a defender os direitos humanos e a população em situação de rua e por conta disso vem sofrendo ameaças.

Confira a nota:


NOTA DE REPÚDIO ÀS AGRESSÕES CONTRA O PADRE JÚLIO LANCELOTTI

O Fórum Permanente sobre População Adulta em Situação de Rua do Rio de Janeiro vem publicamente repudiar as constantes ameaças covardes, fascistas e absurdas dirigidas ao padre JÚLIO LANCELOTTI, coordenador da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Pauloo, através de ‘recado’ em tom de ameaça dado a jovens acolhidos por ele que foram agredidos à noite por policiais militares de São Paulo.

O sacerdote, que há décadas se dedica ao trabalho com a população em situação de rua e defensor dos direitos humanos com reconhecimento internacional, vem sendo vítima de ataques e ameaças de morte, postadas em mídias e redes sociais diversas por moradores e comerciantes da Mooca, zona leste da capital, onde tem forte atuação. Diariamente, Padre Júlio realiza um momento de convivência e de acolhimento aos moradores, onde há um centro comunitário prestes a completar 25 anos e que surgiu a partir da ação da pastoral junto a essa população.

Censo da População em Situação de Rua, realizado pela Prefeitura de São Paulo, aponta um crescimento vertiginoso de 60% do número de moradores de rua nos últimos quatro anos, período em que o Brasil passou a ser governado pelo governo golpista de Michel Temer e, há um ano, por Jair Bolsonaro, que pratica uma política econômica excludente. Em 2015, os moradores em situação de rua da maior cidade do país eram 15,9 mil e hoje na maior cidade do país e, em 2019, chegou a 24,3 mil pessoas.

É inaceitável que indivíduos e grupos promovam recorrentes e ostensivas agressões em função da solidariedade com os mais pobres e excluídos, e à defesa dos Direitos Humanos. Portanto, manifestamos nossa incondicional solidariedade ao padre Julio Lancelotti e cobramos das autoridades policiais e judiciais a identificação e punição dos policiais e dos covardes agressores que se escondem com o vergonhoso véu do anonimato.

Exigimos a punição dessas pessoas e a proteção do padre Júlio Lancelotti, que não pode vir a ser mais uma vítima da intolerância e do ódio que tem contaminado o país, cujo o governo atual é incapaz de manifestar qualquer sinal de sensatez ou autoridade decente. Nosso país não pode aceitar que a defesa dos direitos humanos seja um fator de risco para seus cidadãos.

Rio de Janeiro, 05 de fevereiro de 2020.

Fórum Permanente sobre População Adulta em Situação de Rua do Rio de Janeiro

forumpoprua@hotmail.com.br