Movimento Nacional da População de Rua entrega documento ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin

Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) esteve em Brasília para entregar ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, na última quinta-feira (08/12), um documento no qual reivindica a criação de uma Secretaria Nacional para a população em situação de rua. Desse modo, possibilitando planejamento,  elaboração e execução de políticas transversais dirigidas à população em situação de rua em diferentes áreas, como moradia, saúde, segurança alimentar, trabalho, mulheres, população LGBTIQA+, entre outras.

O Movimento reivindica ainda a reestruturação do CIAMP-RUA, a implementação do Programa Moradia Primeiro, a realização do Censo nacional da população em situação de rua, o fortalecimento do CadÚnico e a destinação de recursos para implementação do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População de Rua e dos Catadores de materiais recicláveis. O documento foi entregue pelo representante do MNPR Leonildo José Monteiro. Veja, ao lado, o documento completo:

Curso em defesa dos direitos da população de rua

Com o apoio do Sintuperj, a Uerj recebeu a palestra de encerramento do curso de formação de quadros para o movimento em defesa dos direitos da população de rua. O evento ocorreu no último dia 1º de dezembro. De acordo com o coordenador do curso, Arnaldo Gama, a ideia é transformá-lo em um curso de extensão da universidade, realizando-o semestralmente. Arnaldo também ressaltou o apoio recebido pela Reitoria da Uerj e de faculdades como a de Serviço Social e de Economia.

O professor Domenico Mandarino lembrou que o Sintuperj tem sempre se preocupado com a formação desde os tempos em que era associação [Asuerj e Ashupe, anterior a outubro de 2000]. E fez questão de ressaltar que é filiado ao sindicato.

A coordenadora geral do Sintuperj Cassia Gonçalves parabenizou a organização pelo aprendizado. Falar em população de rua é falar da realidade do brasil. É uma triste realidade e o movimento está de parabéns pela iniciativa de combater a fome no país. Não podemos deixar de pensar de que forma podemos continuar construindo uma forma dessa população sair da rua e viver com dignidade.

Paulo Celso, do MNPR-RJ, afirmou que a luta em defesa dos direitos da população em situação de rua é árdua, mas que colherá frutos. Ressaltou ainda que a situação de rua ficou pior nos últimos anos, marcado pelo grande aumento da quantidade de pessoas que foram obrigadas a viver nas ruas com toda a sua família. “A possibilidade de conquista se dá quando nos organizamos coletivamente. Universidade precisa de envolvimento com os movimentos populares”, afirmou.

Informação corroborada pelo vereador do Rio de Janeiro e deputado federal eleito para o mandato 2023-2026, Reimont (PT), que afirmou que entre dezembro de 2021 e maio de 2022, 25 mil pessoas foram para as ruas no estado fluminense. “Na cidade do Rio, 20 mil estão na rua. Há quem habite em ocupação urbana, sempre sujeito a perder o abrigo”, garantiu. Defendeu ainda que “não se pode falar em situação de rua e fome sem ouvir a população de rua”. E que, além da recriação do do Ministério da Assistência Social, que os pobres tenham um olhar mais atento do Governo Federal.

Os palestrantes também lembraram os avanços em relação à população de rua e aos pobres que foram destruídos pelas políticas federais dos últimos anos. Entre elas, o fim do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), uma das primeiras medidas do governo federal que tomou posse em 2019; o retorno do Brasil ao Mapa Mundial da Fome – de onde havia saído em 2014 – em virtude do desmonte das políticas públicas de combate a fome a partir de 2016; e o desinvestimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Em contraponto, a retirada de recursos da área de Assistência Social, foi destacado o aumento do número de milionários no país nos últimos anos. Assim como uma afirmação feita pelo sociólogo Betinho, fundador da Ação da Cidadania, na qual dizia que “a alma da fome é política”.